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Pivô da farsa das rádios, Fábio Faria diz estar arrependido


Ministro das Comunicações, Fábio Faria, é genro de Silvio Santos (Carolina Antunes/PR)

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, um dos pivôs da farsa para tumultuar as eleições, disse nesta sexta-feira (28) ter se arrependido por levantar suspeitas nesta semana sobre "fraude" nas inserções de propaganda eleitoral em emissoras de rádio especialmente do Nordeste. Faria admitiu que o arrependimento veio após o caso "escalar" e passar a ser usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para atacar o Tribunal Superior Eletoral (TSE) e por apoiadores do candidato à reeleição para pedir adiamento das eleições. O ministro, que é genro do empresário Silvio Santos, é um dos principais coordenadores da campanha de Bolsonaro.


Faria disse que as falhas eram do partido, o PL, por não acompanhar devidamente as inserções nas rádios, e não do TSE, como acusou Bolsonaro. Em entrevista ao Globo, ele disse que se retirou do tema quando o assunto "escalou" e tentaram usar a questão para adiar as eleições.


"Entrei nesse tema para resolver inserção via inserção, para tentar mediar um acordo entre o TSE e a campanha. Quando esse assunto escalou, eu saí. Eu me arrependi porque o assunto escalou. Se fosse o tema só a inserção, tudo bem. Mas como entraram em outro assunto. Ele não escalou só por isso (inserções), escalou pela denúncia do funcionário do TSE e pediram adiamento (das eleições)", declarou ao Globo.


Segundo o jornal, por conta da repercussão, Faria diz ter protestado internamente e optou por "sair de cena". "Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que iria escalar, eu não teria entrado no assunto", disse o ministro.


Na última sessão do TSE antes do segundo turno, o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, voltou a falar sobre o tema e disse que "todos os partidos de boa fé sabem" que cabe às legendas fiscalizar cada inserção.


"Não é responsabilidade do TSE distribuir mídias de TV e rádio, nem sequer fiscalizar rádio por rádio no país todo. Isso todos os partidos de boa-fé sabem. Os spots e mapas de mídia são disponibilizados no site do TSE. A quem compete fiscalizar cada inserção? Aos partidos políticos e candidatos. Se não o fizeram, não o fizeram assumindo o risco”, reforçou Moraes.


O pedido da campanha de Jair Bolsonaro para abrir uma ação sobre possível boicote de rádios foi logo rejeitada pelo ministro, que alegou falta de provas. Moraes ainda determinou a instauração de uma investigação sobre possível "crime eleitoral com finalidade de tumultuar o segundo turno".

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