PL decide seguir com cassação de Moro e surpreende clã Bolsonaro

Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Reprodução/Redes sociais)

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu que o partido irá recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que absolveu o senador Sergio Moro da acusação de abuso de poder econômico na pré-campanha de 2022.

Moro vinha mantendo contato frequente com auxiliares e familiares de Jair Bolsonaro para se certificar de que a promessa feita anteriormente seria cumprida.

Até esta quinta-feira (11), o ex-presidente Jair Bolsonaro repetia a quem o perguntasse que a cassação de Moro não era mais assunto do Partido Liberal (PL). Bolsonaro garantiu inclusive ao próprio ex-juiz e seu ex-ministro da Justiça, por meio de aliados, que a sigla desistiria de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se Moro fosse absolvido na primeira instância.

No entanto, faltou articular o discurso com o presidente do partido. De acordo com o Globo, Valdemar decidiu seguir com a ação e já comunicou o fato à direção da legenda.

Como Valdemar e Bolsonaro estão proibidos de se comunicar, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), supostamente não falaram sobre o assunto. Os apelos do ex-presidente para que o PL desistisse do processo contra Moro chegaram a Valdemar, mas não surtiram efeito.

Na terça-feira (9), Moro saiu vitorioso do TRE-PR por 5 votos a 2, e agora o PL prepara recurso para enviar ao TSE.

Ainda segundo a mídia, o argumento de Valdemar é o mesmo que já foi apresentado a Bolsonaro. Valdemar diz que como houve uso de dinheiro público do PL, é obrigatório que o partido siga até o fim com a ação.

Os apelos de Moro teriam começado em dezembro de 2022. Na época, o senador disse até que toparia se filiar ao PL para que seu mandato ficasse na legenda, entretanto a proposta não foi levada a sério.

Sergio Moro é acusado de abuso de poder econômico, por, na campanha eleitoral de 2022, ter gasto em propaganda muito mais do que a lei permitia, o que, de acordo com o PT e o PL, partidos que propuseram as ações, desequilibrou a disputa eleitoral em seu favor.