Polícia investiga morte de campeã olímpica Walewska
- Da Redação
- 22 de set. de 2023
- 3 min de leitura

A central Walewska Moreira de Oliveira, de 43 anos, morreu na noite desta quinta-feira (21) em São Paulo. Campeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei em 2008, a atleta estava aposentada desde o final da temporada 2021/2022, quando defendia o Praia Clube de Uberlândia. Até a manhã desta sexta-feira, a causa da morte da ex-jogadora não havia sido confirmada.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo disse que a Polícia Civil investiga o caso. O documento informa que foi solicitada a perícia no local. Segundo a nota, detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial. Walewska caiu do 17º andar de um prédio, onde morava com o marido, na alameda Ministro Rocha de Azevedo, no bairro Cerqueira César, zona oeste da capital, por volta das 18h, segundo a Polícia Militar, que foi acionada para atender a ocorrência.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em nota oficial, lamentou o falecimento da atleta, que além do ouro em Pequim 2008, também ganhou o bronze em Sydney 2000, três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013 pela equipe nacional. “Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, disse o presidente da CBV, Radamés Lattari.
Nessa madrugada, após tomar conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico. As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central. “A Wal foi um exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a ponteira Gabi.
“Está doendo muito. Sabíamos que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em algumas situações. Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor pelo voleibol", disse a central Thaísa.
“É um momento muito difícil, de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão. Falando do jogo, a Turquia pressionou o nosso time e nosso saque precisava fazer mais a diferença. Agora temos que pensar na Bélgica e no Japão para buscar a nossa classificação. Temos que deixar passar esse momento triste. Eu conheci a Walewska e sei que se ela tivesse aqui ela pediria para jogarmos por ela. A Walewska deixa um legado como atleta e ser humano. Ela foi uma atleta que todo o treinador gostaria de ter no seu time”, falou o técnico José Roberto Guimarães.
Natural de Belo Horizonte, Waleswka defendeu diversos clubes durante a vitoriosa carreira. Começou no Minas, entre 1995 a 1998. Voltou ao clube entre os anos de 2014 e 2015. Jogou pelo Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Osasco e Praia Clube. No Brasil, tinha duas conquistas da Superliga (1999-2000 e 2017-18), Supercopa (2019, 2020 e 2021), Campeonato Mineiro (2019 e 2021), Sul-Americano (2021). O Praia Clube aposentou a camisa 1 utilizada pela jogadora.
Taça de vinho e folha de papel A4
Segundo o boletim de ocorrência que o site Metrópoles teve acesso, ao chegarem no local, os policiais foram recebidos pela gestora do condomínio, que informou que Walewska “tinha se jogado do 17º andar (área de lazer do prédio), caindo na sacada do apartamento do primeiro andar”.
Ainda de acordo com o registro, ao chegarem na área de lazer do prédio, sobre uma mesa “havia uma garrafa de vinho com uma taça, ambas com vinho pela metade”. Também foram encontrados no local um celular e uma pasta com uma folha de papel A4 “onde foi feita uma carta que seria da vítima, aparentemente de despedida”.
Foi registrado também no boletim de ocorrência que uma funcionária de limpeza do condomínio disse ter visto Walewska sentada na área de lazer bebendo uma taça de vinho. As duas teriam chegado a conversar rapidamente. Segundo a profissional, a atleta “não chorava e falava normalmente”.
Com informações da Agência Brasil
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