Polícia Civil continua de olho no Dr. Jairinho
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Polícia Civil continua de olho no Dr. Jairinho


O vereador Dr. Jairinho (Solidariedade): desconfianças da Polícia Civil (Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal RJ)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro aperta o cerco contra o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), de 43 anos, na investigação da morte do enteado Henry, de 4 anos. Se desde o início os investigadores já desconfiavam se tratar de um crime, e não de autolesão como os primeiros depoimentos colhidos tentavam indicar, novos elementos trazem à baila um perfil compatível de uma pessoa fria e calculista, que se encaixaria em um possível suspeito de crime bárbaro, revela um experiente investigador, preferindo o anonimato.

Nesta terça-feira, um colunista do Globo recordou o envolvimento do vereador Jairinho com uma milícia do Rio de Janeiro, que, em 2018, torturou uma equipe de reportagem do jornal O Dia na Favela do Batam, na Zona Oeste carioca. Na época o pai de Jairinho e deputado estadual Coronel Jairo, ex-policial militar e ex-preso pela Lava Jato, foi investigado por envolvimento com os criminosos, além da participação em esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral.

Em texto publicado pela revista Piauí em 2011, o fotógrafo Nilton Claudino - um dos dois jornalistas torturados pelos milicianos - afirma que a repórter reconheceu a voz de um vereador filho de um deputado estadual. "Esse político me batia muito. Perguntava o que eu tinha ido fazer na Zona Oeste. Questionava se eu não amava meus filhos", escreveu, na época. O deputado não foi indiciado no inquérito policial e Dr. Jairinho, que não é doutor - ele se apresenta como sendo formado em Medicina -, não foi investigado.

Nesta sexta-feira, uma ex-namorada e amante do vereador prestou depoimento a policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), dizendo que, cerca de seis horas após a morte de Henry, no dia 8 de março, os dois conversaram “como se nada tivesse acontecido” e tampouco o vereador falou sobre como "se sentia". Segundo a estudante, de 34 anos, em momento algum o amante comentou sobre o ocorrido com o enteado, e que ela ficou sabendo da tragédia por amigos em comum e pela imprensa.

As investigações da Polícia Civil ainda estão em andamento. Os investigadores tomaram conhecimento, por exemplo, de outra ocorrência policial envolvendo o vereador. Uma ex-namorada o acusa de agressões e de medicá-la com remédios para dormir, apesar de nunca ter exercido a profissão. Em depoimento, a ex-namorada indicou que Jairinho via a filha dela como um estorvo entre os dois. Ela disse que flagrou Jairinho falando para a filha: “Você atrapalha a vida da sua mãe!”, “A vida da sua mãe ia ser mais fácil sem você!”.

A defesa do vereador negou as acusações de agressão a filha da ex-namorada.

No dia 8 de março, o menino Henry foi levado já morto pelo vereador e a mãe do menino, a professora Monique Medeiros, a um hospital na Barra da Tijuca. A narrativa nos primeiros depoimentos foi que a criança, que apresentava diversas lesões internas, teria sofrido uma queda da cama.

Jairinho é vereador desde 2004, quando foi eleito aos 26 anos por influência do pai. Até o ano passado, ele era líder do governo Crivella na Câmara, mas mudou de lado e passou a apoiar a campanha de Eduardo Paes (DEM). Ele é tido por colegas na Câmara como um parlamentar sem muito conteúdo e que não dá profundidade a temas importantes.

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