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Por unanimidade, STF torna réus mais sete acusados na trama golpista


(Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)
(Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (6) tornar réus mais sete denunciados pela trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Por unanimidade, os cinco ministros do colegiado aceitaram denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado núcleo 4 da trama, formado por militares do Exército e um policial federal que são acusados de organizar a máquina de desinformação para propagar notícias falsas com o objetivo de fortalecer a tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022.


De acordo com o relatório da procuradoria, o núcleo era responsável por espalhar notícias falsas (fake news) e ataques contra o processo eleitoral, instituições e autoridades. Ainda segundo a denúncia, os envolvidos atuavam em “operações estratégicas de desinformação”.


As fake news teriam o objetivo de estimular a manutenção do acampamento golpista no Quartel General do Exército, em Brasília, de onde partiram os golpistas do 8 de janeiro que invadiram as sedes dos Três Poderes. “Todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional”, diz o relatório da PGR.


Os votos foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.


Com a decisão, viraram réus os seguintes denunciados:


  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);

  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);

  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);

  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);

  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército);

  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);

  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)


Os acusados vão responder por cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça, contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.


Relator

O placar do julgamento foi obtido com o voto do relator, Alexandre de Moraes.


Segundo o ministro, a denúncia da PGR "descreveu satisfatoriamente" que os acusados contribuíram para divulgação notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e contra o sistema eleitoral pelas redes sociais.


"Houve a distribuição, a produção de notícias fraudulentas de ataque contra o Poder Judiciário, ao STF, ao TSE, à lisura das eleições, à questão das urnas eletrônicas. Os denunciados fizeram parte dessa estrutura, dentro de uma organização criminosa", afirmou.


Moraes também disse que a denúncia da PGR apontou a utilização do software de monitoramento FirstMile para monitorar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O ministro citou que as investigações descobriram que um dos acusados realizou 887 pesquisas ilegais por meio do programa.


"Os elementos reunidos indicam que o grupo infiltrado na Abin ali se instalou no início do mandato Jair Bolsonaro, em 2018, e foi autor de ataques virtuais de alvos diversos que contrariavam interesses", disse.


O relator também apontou que os alvos dos ataques virtuais eram escolhidos a partir das declarações públicas de Bolsonaro.


"As ações ganham ainda mais relevo quando observada a consonância entre os discursos públicos de Jair Messias Bolsonaro e os alvos escolhidos pela célula infiltrada na Abin", completou.


Moraes argumentou ainda que as investigações também mostram a atuação do grupo para realização de ataques virtuais ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Júnior, por não aderirem à proposta de golpe.


"A instrumentalização dessas mensagens é para coação do comandante-geral do Exército por parte de outros militares. Por que isso? Porque ele se negou a aderir ao golpe de Estado", concluiu.


Cármen Lúcia

Durante o julgamento, a ministra Cármen Lúcia também condenou a divulgação de desinformação e disse que a mentira virou mercadoria nas redes sociais.


"É a mentira como commodity. Virou um bem, paga-se por isso, há quem ganhe, há quem faça. A mentira como commodity para comprar a antidemocracia", afirmou.


Ação penal

Com a aceitação da denúncia, será aberta uma ação penal na Corte. A abertura marca o início a instrução processual, fase na qual os advogados poderão indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovarem as teses de defesa.


Os acusados também serão interrogados ao final dessa fase. Os trabalhos serão conduzidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.


Após o fim da instrução, o julgamento será marcado, e os ministros vão decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão condenados à prisão ou absolvidos.


Não há data definida para o julgamento.


Em caso de condenação, a soma das penas para os crimes passa de 30 anos de prisão.


Durante o julgamento, os advogados rebateram as acusações e pediram a rejeição da denúncia.


Réus

Até o momento, foram julgadas as denúncias contra os núcleos 1, 2 e 4, totalizando 21 réus.


Em março deste ano, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados também viraram réus.


Ainda serão analisadas as denúncias contra os núcleos 3 e 5.

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