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Protestos contra reeleição de Maduro deixam 7 mortos na Venezuela


(Reprodução/CNN em espanhol)

Sete pessoas morreram durante os protestos na Venezuela contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, informou a RTP nesta terça-feira (30), citando que as mortes foram confirmadas por fontes independentes ouvidas pelo jornal espanhol El Mundo. O grupo de direitos humanos Foro Penal relatou que 46 pessoas foram detidas em manifestações por todo o país. Manifestantes também derrubaram estátuas de Hugo Chávez, enquanto a oposição apresentou supostas provas de fraude eleitoral, alegando que Edmundo González Urrutia é o verdadeiro vencedor.


As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes, que gritavam frases como "Liberdade" e "este Governo vai cair".


Em uma transmissão ao vivo, Maduro afirmou que as forças de segurança estavam agindo contra “manifestantes violentos”. As Forças Armadas continuam apoiando Maduro, sem sinais de ruptura com o governo. "Temos acompanhado todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita. Posso dizer ao povo da Venezuela que estamos agindo", declarou. "Nós já sabemos como eles operam".


As manifestações se intensificaram após a proclamação de Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para um terceiro mandato de seis anos. Maduro ignorou as críticas internacionais e da oposição sobre a contagem dos votos, alegando um “golpe de Estado” de natureza “fascista e contrarrevolucionária”.


Após o anúncio, a líder da oposição, Maria Corina Machado, afirmou, sem apresentar provas, que a análise dos registros de votação mostrava que o próximo presidente "será Edmundo González Urrutia", com uma vantagem "matematicamente irreversível" de 6,27 milhões de votos contra 2,75 milhões para Maduro. O CNE informou anteriormente que Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto González Urrutia conquistou 44,2%.


749 presos, 7 mortos e 48 policiais feridos

De acordo com o Ministério Público (MP) da Venezuela, sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), estátuas e outras instituições públicas, como prefeituras e sedes do PSUV (partido do governo), foram atacadas e vandalizadas.


Dados do MP mostram que os confrontos teriam causado a morte de um membro da Guarda Armada Nacional Bolivariana, no Estado Aragua, e ferido outros 48 membros das forças de segurança, resultando na prisão de 749 pessoas. Enquanto a Organização Não Governamental (ONG) venezuelana Foro Penal calcula que seis manifestantes foram mortos desde segunda-feira (29).


O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, qualificou parte desses atos como terrorismo. “Na Venezuela não há protestos. Há focos de pessoas delitivas, armadas, para agredir e criar um caos para que escale [a violência] à nível nacional para que haja uma intervenção estrangeira”, afirmou.


Tarek Saab mostrou à imprensa dez vídeos, entre eles, um com encapuzados incendiando um prédio e criticando a eleição, outro com pessoas agredindo um membro de forças de segurança e outro com um grupo espancamento a um suposto apoiador de Maduro.


“Estamos pré-qualificando vários destes detidos para crimes como instigação pública, obstrução de vias públicas, instigação ao ódio, que é severamente punido neste país, resistência à autoridade e, nos casos mais graves, terrorismo. E todos estão obviamente sendo condenados à privação de liberdade”, destacou.



O fiscal-geral do MP venezuelano disse que há muitos adolescentes nos atos e associou esses incidentes dos últimos dias aos protestos de 2014 e 2017, conhecidos como guarimbas, que foram atos convocados pela oposição e resultaram em dezenas de mortes, entre manifestantes, simpatizantes chavistas, membros das forças de segurança e transeuntes não diretamente envolvidos nos atos.


Com informações da Agência Brasil

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