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Protestos nos EUA: jornalista sofre com ação policial


Policial se une e reza junto com os manifestantes pelo fim do racismo e a violência policial (Imagem/Reprodução)

Os protestos antirracismos e pelo fim da violência policial nos Estados Unidos seguem ocorrendo pela sétima noite seguida e ignorando o toque de recolher, com confrontos, saques no comércio e centenas de prisões em várias cidades do país. Entre a noite desta segunda-feira (1o) e madrugada de terça (2), ao menos cinco policiais foram baleados - quatro em St. Louis, Missouri, e um, em Las Vegas, estado de Nevada - em meio aos protestos. Em Nova York, cerca de 200 pessoas se reuniram de maneira pacífica, no Brooklyn, e se ajoelharam, juntamente com um policial da guarda local, para homenagear as vítimas da violência, que inclui George Floyd, morto por asfixia por um policial no último dia 25, em Minneapolis, onde explodiram as primeiras manifestações.

Outro alvo da violência policial tem sido jornalistas que fazem a cobertura da manifestação. De acordo com reportagem da Agência Sputnik, divulgada nesta terça-feira, vários jornalistas da Fox, Sputnik, CBS, Reuters e de outros veículos de comunicação foram feridos na última semana nos protestos que assolam cidades americanas.

Jornalista da Sputnik em Washington, Nicole Roussell afirmou que levou vários tiros da polícia dos EUA, mesmo tendo repetido inúmeras vezes que era da imprensa, enquanto cobria os eventos dos protestos relacionados à morte de George Floyd.

"Eu estava na Casa Branca de noite, cobrindo os protestos em curso, quando vários tipos de polícia começaram a atirar nos manifestantes. Eu corri para perto para filmar o que estava acontecendo e a polícia começou a atirar o que acredito ter sido uma combinação de granadas de atordoamento e balas de borracha. Eles [policiais] estavam também atirando gás lacrimogêneo na gente, fazendo todo mundo tossir", detalhou Roussell.

Quando Roussell disse aos policiais que era jornalista, acabou recebendo uma granada de atordoamento, que causou "três marcas muito dolorosas" na coxa e na cintura dela.

Além disso, quando a jornalista da Sputnik estava filmando os manifestantes "serem pulverizados com spray nos olhos", ela foi atingida por uma bala de borracha na panturrilha.

"O ferimento ficou roxo imediatamente, depois inchou e começou a sangrar. Um policial com equipamento antimotim me empurrou no chão, passando por cima de mim, e só me levantei quando um dos manifestantes me ajudou, advertindo para que eu levantasse rapidamente", acrescentou.

A jornalista da Sputnik ressaltou que não só tinha dito à polícia que era da imprensa, como também tinha um crachá de imprensa.

"Repetidas vezes, antes de ser atingida, disse ser da imprensa. Estava com o meu crachá no pescoço. Outros veículos de imprensa também foram submetidos ao mesmo tratamento, assim como os manifestantes", concluiu.

A polícia usou gás lacrimogêneo, balas de borracha, escudos e cassetetes da polícia contra manifestantes agressivos. Em várias regiões, foi imposto o toque de recolher, tendo o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciado a mobilização de militares e autoridades civis para impedir os saques e tumultos.

Helicóptero militar tenta dispersar manifestantes

Um helicóptero militar voando em baixa altitude foi destacado para dispersar os manifestantes que tomaram as ruas da cidade de Washington, desafiando o toque de recolher obrigatório.

Alguns dos violadores da nova medida puderam ser vistos quebrando fachadas de lojas.

Dezenas de pessoas que protestaram contra a morte de George Floyd, saíram às ruas da capital na noite de segunda-feira (1º), violando a regra de recolher obrigatório imposta anteriormente.

Quando os manifestantes marcharam para Chinatown, foram recebidos por pelo menos um helicóptero Blackhawk com uma marcação da Cruz Vermelha.

O helicóptero pairava apenas alguns metros sobre a multidão em uma aparente tentativa de forçá-los a se dispersarem.

Conhecida como "demonstração de força", a manobra usa a hélice da aeronave para impelir tudo, incluindo lixo e detritos, para fora de seu caminho e contra os manifestantes. A tática é normalmente reservada para zonas de guerra, onde é usada para perseguir insurgentes.


Com Agência Sputnik Brasil

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