Quadro eleitoral de Niterói se define

A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas candiatos e partidos já estão se movimentando na dança pela disputa da prefeitura em Niterói. Algumas pré-candidaturas estão confirmadas como a de Rodrigo Neves, do PDT; Talíria Petrone, do PSOL; e Carlos Jordy, do PL. Nesta segunda-feira (26/2), o advogado Bruno Lessa, de 33 anos, vereador na cidade por dois mandatos e assessor especial do governador Cláudio Castro (PL), anunciou em suas páginas nas redes sociais que também é pré-candidato.

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No dia 18 de janeiro, em um encontro no diretório municipal do PDT, o prefeito Axel Grael lançou a pré-candidatura de Rodrigo Neves, ex-prefeito por dois mandatos e atual secretário Executivo do governo municipal, à sua sucessão em Niterói. Os dois aliados reuniram toda a base da Câmara, 16 vereadores e representantes de partidos aliados — entre eles União Brasil, MDB, PT, PV, PSB, PC do B, Cidadania, PSDB e PP —, para fazer o anúncio.

O candidato do PDT aparece como favorito na primeira pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Gerp em meados de janeiro. Rodrigo lidera a corrida eleitoral com 40% das intenções de votos. Em segundo lugar vem o deputado federal Carlos Jordy (PL) com 12%. E na terceira posição estão empatados a deputada federal Talíria Petrone (PSOL) e o ex-deputado Felipe Peixoto (PSD), que aparecem com 10%.

Em um segundo cenário, sem a participação de Peixoto na corrida pela prefeitura — que já é dada como certa por alguns — Rodrigo Neves fica ainda mais fortalecido, com 46% das intenções de voto. Os demais oscilam em 2%. Ou seja, Carlos Jordy com 14% e Talíria Petrone com 12%.

Correndo por fora

Filiado ao PSD de Gilberto Kassab e do prefeito Eduardo Paes, Bruno Lessa pretende se desligar da sigla na janela partidária que se abrirá em março, já que o PSD, ao que tudo indica, não lançará candidato próprio. Em 2020, ele foi vice na chapa de Felipe Peixoto — atual Subsecretário de Estado de Energia e Economia do Mar — pelo mesmo partido, em chapa formada com o DEM, PSDB e PROS. Lessa conta que já recebeu convites para ingressar em algumas legendas, mas só deverá se decidir no mês que vem.

"Niterói é uma cidade de qualidades incomparáveis e com muito potencial de desenvolvimento. Não posso negar que nossa cidade evoluiu, mas tenho convicção de que muito mais poderia ter sido feito, visto que, nos últimos 12 anos, a prefeitura teve uma receita de mais de R$ 45 bilhões! Com tantos recursos, não podemos aceitar crianças fora das salas de aula, saúde pública sucateada, mobilidade que não anda e uma população de rua que segue crescendo desenfreadamente sem que nada de efetivo seja feito", criticou.

Na opinião do pré-candidato esta é a chance de mudar o cenário:

"Já é hora de darmos chance a um novo caminho para nossa cidade. Niterói pode esperar uma candidatura propositiva, em que terei a chance de apresentar soluções para a cidade. Além disso, acredito que o niteroiense, assim como o brasileiro, já está cansado de tanto extremismo na política, que não nos ajuda a progredir. Niterói está muito acima de partidos e ideologias", escreveu nas redes.

No entanto, essa não será uma disputa fácil para Lessa, independentemente da legenda que irá abraçar. Seu principal adversário, Rodrigo Neves, tem uma trajetória exitosa na gestão da cidade por dois mandatos e muitas realizações importantes para mostrar. Além disso, conta apoio de uma frente ampla, formada por mais de 15 partidos, os mesmos que apoiaram a candidatura de Axel Grael em 2020. Destes, o PP já se articula para deixar a aliança e apoiar Carlos Jordy, do PL, o que não deve mudar muita coisa no quadro que se esboça nove meses antes das eleições.

Com a 'dança eleitoral' em curso, os próximos levantamentos de intenção de votos na cidade deverão mostrar se haverá alguma mudança expressiva nos números, se a entrada de Bruno Lessa na disputa será suficiente para modificar o quadro atual e se ele terá força política para se aproximar de Rodrigo.