Queimadas fazem avião de Bolsonaro arremeter
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Queimadas fazem avião de Bolsonaro arremeter


Voo da comitiva presidencial teve de arremeter porque "a visibilidade não estava muito boa" (Divulgação)

Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em evento na Paraíba, que "o país está de parabéns", ao se referir à preservação do meio ambiente, o avião em que ele viajava não conseguiu aterrissar na primeira manobra e teve de arremeter ao chegar a Sinop, em Mato Grosso, por causa dos efeitos das queimadas na região. O Pantanal enfrenta uma onda recorde incêndios, e a fumaça das queimadas já chegou até outras regiões do país. Conforme a agenda oficial, Bolsonaro foi à região para receber homenagens de ruralistas, como a participação no "ato de homenagem do Agronegócio ao Presidente da República", no município de Sinop.

“O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. E alguns não entendem como é o país que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns da maneira como preserva esse seu meio ambiente”, declarou Bolsonaro na quinta-feira.

Nesta sexta (18), Bolsonaro sentiu na pele os efeitos das queimadas, mas narrou assim o incidente que obrigou o avião com a comitiva presidencial arremeter: "Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a 2ª vez na minha vida que acontece isso, uma vez foi no Rio de Janeiro, e, obviamente, algo anormal está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa", disse o presidente, sem reconhecer o motivo da arremetida.

Apesar da manobra, a aterrissagem da comitiva, que levava ainda os ministros da Defesa, Augusto Heleno; da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ocorreu normalmente na segunda tentativa.

A manobra de arremetimento ocorre quando o piloto decide subir novamente com o avião quando a aeronave já está em operação de pouso, em direção ao solo.

Política ambiental

Em discurso para representantes do agronegócio no estado, Bolsonaro atribuiu as críticas ao desmatamento e condescendência do governo com os grandes desmatadores a interesses de "nossos concorrentes". "Temos sofrido uma crítica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio", disse.

Oito países europeus, responsáveis por comprar quase 10% de tudo o que o agronegócio brasileiro produz, enviaram uma carta ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em que dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente.

Recorde de queimadas

Embora o presidente Bolsonaro dê parabéns, o número de focos de incêndio neste mês (16 dias) no Panatanal está 188% acima da média histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para setembro, que é de 1.944 pontos de incêndio. Nestes 16 dias, o Pantanal já apresenta uma alta de 94% em comparação a todo o setembro de 2019, em focos de incêndio. É o setembro com mais focos de incêndio desde o início da série histórica do Inpe, em 1998: foram 5.603 em apenas 16 dias deste mês, contra 5.498 registrados no mês inteiro de setembro em 2007, até então o recorde para o mês até este ano.

O boi e a boiada

Diante da catástrofe, Bolsonaro voltou a minimizar a quantidade gigantesca de incêndios que destroem Pantanal e ainda falseou dados de 2019. "Ano passado, quase não pegou fogo, sobrou uma massa enorme de vegetais bons para isso que está acontecendo agora", disse ele, que também voltou a culpar indígenas pelos incêndios. "O índio taca fogo, o caboclo, tem a geração espontânea".

Na reunião ministerial em 22 de abril, o ministro do Meio Ambiente sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada".

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