Ré pelo assassinato do filho, mãe de Henry é libertada
Atualizado: 6 de abr. de 2022

A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu nesta terça-feira (5) liberdade para Monique Medeiros, ré pelo assassinato e tortura do próprio filho, Henry Borel, em março de 2021 no apartamento em que ambos moravam com o padrasto do menino, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, que continua preso. Ela também estava presa desde 8 de abril do ano passado.
Na decisão, a magistrada determinou que Monique seja monitorada por uma tornozeleira eletrônica, além de estar proibida de falar com outras pessoas que não sejam os advogados ou os familiares e de fazer postagens em redes sociais.
A juíza acatou argumentação da defesa, que informou ameaças contra a vida de Monique dentro do sistema prisional.
"O ambiente carcerário, no que concerne à acusada Monique, não favorece a garantia da ordem pública", escreveu Louro.
De acordo com o jornal Extra, no início de março, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou sobre a apuração de uma possível realização de "atos libidinosos" por parte de Monique com um advogado dentro do parlatório do cárcere. A denúncia teria partido de outras presas, que contaram que, durante uma visita, um dos advogados dela teria se masturbado enquanto ela lhe mostrava os seios.
Para a magistrada, a soltura não ameaça o curso do processo penal. Monique e o ex-vereador, seu namorado à época do crime, são acusados por homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação no curso do processo.
"Não vislumbro, razoavelmente, a possibilidade de a requerente exercer qualquer tipo de influência sobre qualquer das testemunhas supostamente antes coagidas", diz a decisão.
Monique responde, ainda, por falsidade ideológica devido ao fato de ter mentido sobre lesões de Henry durante um atendimento hospitalar após uma suposta sessão de espancamentos de Jairinho contra o menino, um mês antes do assassinato.
Aos funcionários da unidade, ela disse que o menino havia "caído da cama".
Chats recuperados pela polícia, contudo, mostram que ela sabia que a criança havia sido submetida a agressões por parte do político.
Na mesma decisão, a juíza negou o pedido da defesa de Jairinho e o manteve preso preventivamente.