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Rússia destaca papel da Índia na defesa dos direitos das mulheres

O “G20 das Mulheres” (W20) está elaborando recomendações que permitam melhorar a situação das mulheres em todo o mundo

Em um projeto especial de mídia BRICS & G20. 2023 antes da cúpula do G20, a rede internacional de mídia TV BRICS e seus parceiros, os principais meios de comunicação nacionais dos países do BRICS, entrevistaram os principais especialistas do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


A TV BRICS é um meio de comunicação oficialmente credenciado para a Cúpula do G20 em Nova Déli.



Em uma entrevista exclusiva à TV BRICS, Victoria Panova, representante da Federação Russa no Women's G20 (W20), Vice-Reitora da Escola Superior de Economia da Universidade Nacional de Pesquisa da Rússia e especialista do Clube Valdai Internacional de Discussão, contou sobre os resultados do trabalho do W20, sobre quais iniciativas na área de educação o W20 pode oferecer e muito mais.


Victoria Panova formou-se como Mestre na Faculdade de Relações Internacionais do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. É membro do conselho do Fórum Euroasiático de Mulheres. Foi presidente da filial de Primorsky da União das Mulheres da Rússia. Seus temas de pesquisa incluem a governança global e as ações de organizações internacionais como o G7, o G20 e o BRICS.


O "Women's G20" é um dos formatos mais novos dentro do grupo G20, que foi criado em 2015. Você pode nos contar quais são os principais resultados do trabalho realizado?


Antes de falarmos sobre o formato em si, precisamos relembrar a decisão tomada pelos líderes em Brisbane, em 2014, sobre a necessidade de cada um dos países do G20 aumentar em 25% o número de mulheres no mercado de trabalho. Decidiu-se utilizar o potencial então subestimado das mulheres na economia para fortalecer a sustentabilidade econômica em todo o mundo. Erdogan, que presidia o G20 na época, é quem teve a iniciativa, e devemos reconhecer seu papel e também o nosso, ou melhor, de nossa representante no G20, Svetlana Lukash, que foi uma das ideólogas por trás do lançamento desse formato.


O formato está bem estabelecido e continua a evoluir. Se observarmos os documentos do G20, veremos que as questões relativas às mulheres aparecem regularmente. Além disso, seu número aumenta a cada ano. Inicialmente, todos os 19 países e os países da UE tinham posições muito diferentes sobre os direitos e as oportunidades para as mulheres. Na Rússia, por exemplo, pelo menos em nível legislativo, há igualdade total entre homens e mulheres. Mas na Arábia Saudita, naquela época, as mulheres só recentemente haviam recebido permissão para dirigir, recém haviam começado a receber licença-maternidade, benefícios de maternidade, pelo cuidado de crianças, e assim por diante.


E o G20 está trabalhando em recomendações que permitam melhorar a situação das mulheres e os direitos das mulheres em todos os lugares, tanto nos países do G20 quanto em todo o mundo.


Você chefiou a delegação russa na recente cúpula do G20 das Mulheres. Pode nos contar como foi e se ficou satisfeita com os resultados?


Foi um ponto de encontro para pessoas que pensam da mesma forma, um ponto de encontro para pessoas que têm um objetivo comum: a equiparação de direitos entre homens e mulheres, a elaboração de novos mecanismos e soluções para que as mulheres tenham mais direitos e oportunidades. E foi exatamente isso que caracterizou a cúpula. Acompanhamos as prioridades que o presidente indiano havia apresentado. Tratava-se do empreendedorismo feminino, do papel e do aumento da participação e das oportunidades para a criação de micro, pequenas e médias empresas de propriedade de mulheres. E, de fato, várias recomendações foram propostas e trabalhadas nesse sentido.


Uma das questões mais importantes é superar a exclusão digital existente. Digamos que isso não seja tão relevante para o nosso país, mas em escala global é um problema realmente sério. Há um certo perigo em desenvolver algoritmos que, de alguma forma, desrespeitem as mulheres em questões relativas à ética. Há uma certa visão, presente entre os homens, sobre o papel das mulheres e sobre como a sociedade deve ser estruturada. A visão das mulheres pode não coincidir com a dos homens. E os parâmetros inseridos nos algoritmos são aqueles aceitos na, por assim dizer, comunidade masculina. Nem todos os países têm o mesmo acesso aos recursos de informação. Esse também é um ponto importante.


O que você espera da participação do nosso país na próxima cúpula do G20? O que exatamente você gostaria de ver no documento final?


O G20 ainda é um mecanismo que inclui países com diferentes modelos políticos e econômicos. No entanto, eles são sistemicamente importantes e têm como objetivo preservar um sistema econômico e financeiro estável. Gostaria que a cúpula se lembrasse disso. E assim, serão alcançadas todas aquelas soluções que foram priorizadas, relativas ao aumento do papel das mulheres. É importante que essas questões não sejam desviadas, que os aspectos sociais, econômicos e financeiros sejam elaborados sem politização. Os direitos das mulheres, o empreendedorismo e a infraestrutura digital. Seria útil se a cúpula do G20 tivesse acordo quanto a isso.


Se nos referirmos em geral às perspectivas de desenvolvimento da economia mundial e ao vetor desse desenvolvimento, a cooperação internacional, quais são suas aqui expectativas em relação à próxima cúpula do G20?


Tenho expectativas mais otimistas devido ao fato de que há agora uma série de governos dos países em desenvolvimento, que são a parte majoritária dos países do mundo, que estão construtivamente determinados a colocar a cooperação e a colaboração no centro das questões importantes para a economia.


No ambiente atual, considerando-se a recente cúpula do BRICS e o início de sua expansão, eu tenho expectativas em uma integração. Sabemos que ainda há um grande número de países interessados em participar - cerca de 23 candidaturas e cerca de 20 países expressaram interesse no bloco. Seis países aderiram. Isso equivale a cerca de 50 países no mundo, ou seja, praticamente metade da população. É nesse ponto que podemos esperar algum tipo de integração. Portanto, eu diria que o G20 é uma plataforma adicional para os países que representam a maioria do mundo, que estão a princípio se agrupando em torno ao BRICS.


Você já mencionou projetos educacionais. De forma mais ampla, que outras iniciativas nessa área o G20 das Mulheres pode oferecer? E como você vê o desenvolvimento do sistema educacional nos países do BRICS?


Dentro da estrutura do G20, podemos falar sobre o desenvolvimento de algumas opções de mobilidade dentro do BRICS e do BRICS+. Essas são ferramentas absolutamente necessárias e urgentes. E, é claro, mais negociações sobre o reconhecimento mútuo de qualificações, sobre padronização e maior adaptação da legislação para que seja possível promover programas de rede de diplomas. Parece-me que a esfera humanitária deve ser a base para todo o resto, tanto no G20 quanto no BRICS e no BRICS+.


Em sua opinião, até que ponto o tema da proteção dos direitos das mulheres está refletido na agenda do G20? E o que a Rússia vem fazendo nessa área?


Se nos referirmos ao G20, este ano a Índia fez dos direitos das mulheres uma prioridade. Esse é um momento importante, porque isso realmente não existia antes. A Índia é de fato o país onde, agora, o Primeiro-Ministro Narendra Modi está trabalhando ativamente para superar todas as dificuldades que lá existem. São os problemas das mulheres nas regiões rurais e o acesso das mulheres à infraestrutura digital. Muitos países têm essas complexidades, e por isso, por meio da priorização no grupo do G20 e do investimento dos Estados nessas áreas, poderemos realmente ver progresso, inclusive em relação aos direitos humanos.


É isso que o G20 das Mulheres vem fazendo desde o início. Na Rússia, também, nem tudo está perfeito. Temos certos estereótipos sobre as mulheres, temos, por exemplo, uma diferença salarial e, portanto, há espaço para avançar.


Temos uma Estratégia Nacional de Ações pelos Interesses das Mulheres, adotada até 2030. Que inclui a participação na vida política, na economia, na educação, no desenvolvimento de competências para as mulheres, etc.


Como você avalia a cooperação entre as mulheres? Na sua opinião, o ritmo atual é suficiente, ou está faltando alguma coisa?


Sempre é possível avançar mais rápido, melhor e com mais intensidade. Sim, existem mecanismos de apoio, mas sempre é possível obter mais financiamento. Uma das propostas do Women's G20 é alocar pelo menos 5% dos empréstimos especificamente para empresas de propriedade de mulheres ou administradas por mulheres, partindo das condições nacionais. É importante fortalecer o papel das mulheres, é importante promover uma igualdade total de oportunidades.


Fonte: TV BRICS

Fotos: TV BRICS, istockphoto.com

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