Rachadinha de Flávio: 'Caraca... agora deu ruim'
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Rachadinha de Flávio: 'Caraca... agora deu ruim'


Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) (Foto: Pedro França/Agência Brasil)

Funcionária fantasma, vizinha de Fabrício Queiroz e uma das testemunhas-chave a esclarecer o esquema da rachadinha do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Luiza Sousa Paes foi uma das integrantes que mais transferiram dinheiro para o esquema criminoso, de acordo com relatos das investigações do Ministério Público do Rio reproduzidos neste domingo pelo Fantástico, da TV Globo. Seu depoimento foi determinante para embasar a denúncia do MP-RJ à Justiça.

Em 7 de dezembro de 2018, com Flávio já eleito senador e seu pai, presidente da República, o pai de Luiza, que era amigo de pelada de Queiroz, ex-assessor dos Bolsonaros, fica espantado com o noticiário sobre as primeiras investigações divulgadas na imprensa: "Caraca! Tu viu alguma parte do Jornal Hoje, hoje de tarde? Bateu direto naquele negócio do Queiroz (...) Direto isso, a foto dele estampada na tela do jornal hoje. Agora deu ruim!". Essa foi uma das mensagens encontradas pelos investigadores no celular de Luiza.

Em 26 de dezembro de 2018, ao saber que também era alvo das investigações, Luiza perguntou ao pai sobre o que fazer com os recibos dos depósitos feitos a Fabrício Queiroz e falou sobre encontros com o advogado de Queiroz e também com o então advogado de Flávio Bolsonaro, Luis Gustavo Botto Maia. O pai demonstra preocupação com a situação da filha: "Contanto que te tire disso e esqueça isso de uma vez e a gente possa viver nossa vida normalmente, ele que invente as histórias dele lá".

Ainda segundo o MP, ao longo dos cinco anos em que ela foi funcionária fantasma nomeada por Flávio para repassar dinheiro para o esquema criminoso, Luiza transferiu R$ 155 mil dos salários, que chegaram a R$ 4 mil. Ela ficava com, no máximo, R$ 800.

Luiza não era a única funcionária fantasma. O Ministério Público apresentou na denúncia um levantamento de dados para provar que, além de Luiza, outros 11 assessores ligados a Flávio Bolsonaro transferiam a maior parte dos salários que ganhavam na Alerj para Queiroz, apontado pelo MP-RJ como o operador do esquema que movimentou ao menos R$ 6 milhões.

Ainda segundo o MP, Flávio e a mulher, Fernanda, usaram dinheiro vivo para pagar empregados, passagens de avião, quitar contas e até mesmo comprar apartamentos.

De acordo com a denúncia, eles gastaram quase um R$ 1 milhão a mais do que receberam entre 2010 e 2014.

O MP-RJ diz ainda que Flávio Bolsonaro, apesar de levar uma vida confortável, morando em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, gastava em média R$ 195 nos cartões de crédito por mês. Quase tudo era pago com dinheiro vivo.

Em abril do ano passado, Luiza e mais 94 pessoas ligadas a Flávio Bolsonaro tiveram o sigilo bancário quebrado com autorização da Justiça.

14 maio 2019 - Luiza: "Já viu as notícias? Quebraram o sigilo bancário de um monte de gente. Provavelmente o meu também".

14 maio 2019 - Pai: "Já vi e já estragou meu dia isso".

Luiza decidiu, então, colaborar com as investigações e contar tudo o que sabia sobre o esquema.

Além do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de Fabrício Queiroz e de Luiza, outras 14 pessoas são alvo da denúncia apresentada pelo Ministério Público. Entre elas, as mulheres de Flávio e Queiroz e a mulher e a mãe do ex-capitão PM Adriano da Nóbrega, acusado de comandar um grupo de extermínio ligado à milícia do Rio. O ex-PM teria feito repasses de cerca de R$ 400 mil para Queiroz. Ele foi morto numa operação da policial na Bahia em fevereiro de 2020.

Se a denúncia do MP-RJ for aceita pela Justiça, todos vão se tornar réus e podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato. As penas podem chegar até 12 anos de prisão.

Quanto ao senador, o MP-RJ pede que, além das penas pelos crimes, também perca o cargo e o apartamento em que ele mora, que teria sido comprado com dinheiro do esquema criminoso, e a devolução de R$ 6,1 milhões aos cofres públicos do Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com a defesa de Flávio, ele não cometeu nenhuma irregularidade.

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