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Radicalismo de Milei assustou e fez argentinos votar em Massa


(Reprodução)

O analista argentino Claudio Fantino, em entrevista à Sputnik, afirmou que o êxito eleitoral de Sergio Massa se deve mais às características de seus adversários do que aos seus atributos como candidato.


O extremista Javier Milei, que era favorito a obter uma vitória fácil, por exemplo, acabou assustando os argentinos com suas propostas, como a promessa de dolarizar a economia argentina, romper o comércio com a China e o Brasil, liberar a venda de órgãos para transplantes, bem como privatizar os serviços públicos, entre outras ideias radicais.


"Muitos argentinos se assustaram com algumas das propostas mais radicais de Milei, e por mais que Massa fosse um ministro da Economia que não atingiu suas metas [...], muitas pessoas preferiram votar nele e não em Milei", afirmou Fantino.


Com Milei, a Argentina faria parte de uma lista de países em que os candidatos outsiders (Donald Trump, Jair Bolsonaro, Pedro Castillo) chegaram ao poder nos últimos anos com um discurso crítico do establishment e prometendo mudanças profundas - muitas delas irrealizáveis e antidemocráticas.

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De acordo com o analista argentino, mesmo com a diferença de apenas seis pontos percentuais entre os dois candidatos, a sensação é que "Massa tem um grande trunfo" nas mãos pela reviravolta inesperada, enquanto Milei chegará debilitado para o segundo turno.


"Agora é Massa quem tem o vento a favor, e Milei é quem deve se rearmar e tentar reverter a derrota, porém a última palavra ainda não foi dita. Tudo pode acontecer e ninguém pode ainda cantar vitória", concluiu.


As eleições presidenciais da Argentina serão definidas em segundo turno, a ser disputado no dia 19 de novembro pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa, e o candidato Javier Milei, que se define como ultraliberal.


Na votação de domingo (22), Massa obteve 36,6% dos votos válidos, contra 30% de Milei. O percentual de votos obtidos por Massa surpreendeu analistas políticos, ficando acima do esperado. Já a candidata Patricia Bullrich ficou em terceiro lugar, com 23,82% dos votos. Também participaram do pleito Juan Schiaretti (7%) e Myriam Bregman (2,66%).


O pleito atual é considerado um dos mais disputados já vistos na Argentina e contou com a participação de 74% do eleitorado do país.


Da Agência Sputnik Brasil

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