Reabertura antecipada de Crivella é risco imprevisível
O movimento nas ruas do Rio neste sábado (27) dá dimensão imprevisível dos riscos de reabertura na cidade. Contrariando especialistas e um estudo realizado pela UFRJ de classificação de riscos, o prefeito Marcelo Crivella antecipou a reabertura do comércio de rua no Rio, incluindo as lojas dos calçadões da Zona Oeste, além de salões de cabeleireiros e barbeiros. A flexibilização desse setor só deveria ocorrer na terceira fase do plano que começaria na próxima quinta-feira (2 de julho).
Os estabelecimentos estão autorizados a funcionar das 11h às 17h, para não se chocar com os horários dos shoppings, que abrem das 12h às 20h. O objetivo, segundo o prefeito, é evitar lotação no sistema de transportes.
A decisão, segundo Crivella, teve o aval de seu comitê científico. O infectologista e epidemiologista Celso Ramos, da URFJ , que integra o grupo e não participou da reunião realizada nesta sexta-feira (26) com técnicos da prefeitura, afirmou que ainda “é cedo” e “não é hora” de antecipar a reabertura - informou o Globo.
Além de Celso Ramos, as críticas foram endossadas também pela presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, que afirmou que recebeu com choque a notícia da antecipação. "É imprevisível o que vai acontecer agora", disse, lembrando que a comunidade científica esperava avaliar o impacto da fase dois somente no dia 1º de julho, quando a fase completaria duas semanas, tempo médio de propagação do Covid-19.
De acordo com a Federação do Comércio do Rio (Fecomércio RJ), o comércio de rua representa a maior parte do comércio formal na capital carioca.
Mais reabertura
Crivella já anunciou que, a partir da próxima quinta-feira, poderão abrir também as academias, os bares e restaurantes. De acordo com a Prefeitura, os comerciantes deverão seguir regras de distanciamento e higiene, oferecendo álcool gel e sabão nas pias para lavagem das mãos, além de manter os ambientes abertos e ventilados.
Segundo o prefeito, a reabertura é possível porque se reduziram os índices de ocupação de enfermarias e UTIs, além do menor número de enterros na cidade, comparado ao ano passado. Para Crivella, isto é motivo de celebração.
Até esta sexta-feira (26), a capital fluminense totalizava 55.152 casos confirmados e 6.264 mortes por Covid-19. Dos 137 óbitos pelo novo coronavírus ocorridos no estado em 24 horas, 103 foram na capital.
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