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Rede social X vem sendo bloqueada em vários países


Suspensa no Brasil desde a última sexta-feira por decisão do ministro Alexandre de Moraes - confirmada nesta segunda-feira (2) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) -, a rede social X (ex-Twitter), controlada pelo multibilionário sul-africano Elon Musk, vem sendo bloqueada por autoridades de diversos países.


O Brasil se junta a outras nações, como a Austrália, a Inglaterra, o bloco da União Europeia, a Rússia, a China, o Irã e a Venezuela, que também suspenderam o uso da plataforma em seus territórios..


Na União Europeia (UE), a primeira investigação contra uma plataforma digital com base na Lei de Serviços Digitais (DSA), aberta em dezembro de 2023, foi contra a rede social X por falta de transparência e por disseminação de desinformação.


Em julho deste ano, a Comissão Europeia emitiu conclusões preliminares afirmando que a plataforma está violando as leis locais. O relatório diz que a verificação de contas da rede é enganosa porque qualquer um pode se inscrever para obter status de “verificado”, desde que pague por isso.


A rede social X também foi acursada de infringir as leis australianas. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, chamou Musk de “bilionário arrogante, que pensa que está acima da lei”.


Como no Brasil, o atrito também ocorreu porque Musk se negou a acatar decisões judiciais para remover conteúdos violentos e considerados extremistas e que estariam estimulando o ódio e mais violência, segundo as autoridades do país.


Nas últimas semanas, Musk ainda entrou em atrito com autoridades inglesas no contexto dos protestos da extrema-direita que atacaram residências e comércios de imigrantes após uma notícia falsa associar um assassinato a imigrantes. Sobre o tema, Musk comentou que uma “guerra civil é inevitável” no país europeu.


A rede social X tem sido acusada de impulsionar conteúdos anti-imigrantes na internet, o que teria alimentado a violência da extrema-direita.


A plataforma não removeu conteúdos que estavam incitando o caos no Reino Unido e continuou permitindo postagens chamando novos atos violentos contra imigrantes.


O primeiro país a proibir o uso da plataforma nacionalmente foi a China, quando o X ainda era chamado de Twitter. O bloqueio foi feito em 2009.


A Rússia começou a restringir o acesso em 2021, afirmando que a plataforma veiculava “conteúdos ilegais”. O bloqueio total aconteceu em março de 2022, quando o país iniciou a Guerra na Ucrânia.


Já na Venezuela, o bloqueio foi ordenado em agosto deste ano, por um período inicial de 10 dias, com o governo alegando manifestações contra as eleições e incentivo aos protestos violentos em todo o país. A rede continua bloqueada no país.


A rede social foi proibida também na Coreia do Norte, Irã, Turcomenistão, Paquistão e Mianmar.


Obediência e interesses

O megaempresário, que vice nos Estados Unidos, não age da mesma forma em todos os países. Na Turquia, a rede tem removido conteúdos e perfis a pedido de autoridades sem que, por isso, o governo seja acusado de censura.


Em maio de 2023, a plataforma suspendeu perfis e conteúdos após ordens judiciais às vésperas da eleição presidencial que reelegeu Recep Tayyip Erdogan. “Em resposta ao processo legal e para garantir que o Twitter continue disponível para o povo da Turquia, tomamos medidas para restringir o acesso a alguns conteúdos na Turquia hoje”, informou a plataforma.


Em setembro de 2023, a Reuters informou que o presidente turco e a Tesla – fábrica de automóveis elétricos de Musk – negociavam a instalação de uma planta da companhia no país.


Na Índia, que tem um governo radical de direita, a plataforma removeu conteúdos relacionados a um documentário da BBC que relata a repressão contra a minoria mulçumana no estado de Gujarat, quando o atual primeiro-ministro Modi governava a província. Estima-se que mais de mil pessoas tenham sido assassinadas.


Em entrevista à própria BBC, Musk justificou: "As regras na Índia sobre o que pode aparecer nas mídias sociais são bastante rígidas e não podemos ir além das leis do país".


Com informações da Agência Brasil




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