Reforma Ministerial: apoio ao Centrão e alinhamento militar
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Reforma Ministerial: apoio ao Centrão e alinhamento militar


Saída de Azevedo e Silva do Ministério da Defesa pode abrir crise militar / Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com algumas poucas canetadas nesta segunda-feira, 29, o presidente Jair Bolsonaro surpreendeu o país com uma reforma ministerial que muda os titulares de seis pastas: Defesa, Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Relações Exteriores, Secretaria de Governo da Presidência da República e Advocacia-Geral da União.


Dois objetivos ficaram claros, segundo analistas, nas mudanças ministeriais: contemplar o Centrão, que havia dados sinais de descontentamento por não ter sido atendido na troca recente do ministro da Saúde, e buscar um maior alinhamento dos setores militares ao discurso ideológico do governo. A demissão do Ministro da Defesa seria a principal intervenção política do governo no comando nas Forças Armadas desde que o ex-general-presidente Ernesto Geisel demitiu, em 1977, durante a ditadura militar, o então Ministro do Exército, Sylvio Frota, que se opunha ao processo de abertura política naquele momento.


O ministro da Defesa, Azevedo e Silva, teria se negado, segundo fontes militares, a demitir o ministro do Exército, general Edson Leal Pujol, por ordem de Bolsonaro. O general Walter Souza Braga Netto deixa a Casa Civil para assumir o Ministério da Defesa com a missão de alinhar os comandos militares ao bolsonarismo. Para a Casa Civil da Presidência da República está sendo nomeado Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo.


Brasília teve dia de grande agitação com as mudanças ministeriais / Marcello Casal/Agência Brasil

O aceno ao Centrão ficou mais evidenciado na escolha da deputada federal Flávia Arruda (PL-DF). O bloco parlamentar, demonizado por Bolsonaro durante a sua campanha para presidente, agora está dentro do Palácio do Planalto, ocupando uma das mais cobiçadas pastas políticas, responsável pela articulação do governo com o Congresso Nacional.


Em outro posto-chave do governo, Bolsonaro conseguiu finalmente colocar o nome de sua predileção desde quando da saída do ex-ministro Sérgio Moro: o delegado da Polícia Federal Anderson Torres - atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal -, que assume, enfim, o Ministério da Justiça e Segurança Pública.


André Mendonça, que ocupava a pasta da Justiça, volta para a Advocacia-Geral da União, de onde foi sacado para substituir Moro. José Levi deixa o cargo.


E, por fim, o estopim de todas as mudanças: a saída - quase escorraçado por senadores e deputados - do chanceler Ernesto Araújo, que deixa finalmente o Ministério das Relações Exteriores, acusado de isolar o Brasil no cenário internacional e contribuir para a catástrofe da epidemia de coronavírus no país, sem trabalhar com o necessário empenho para a compra de vacinas do exterior.


Se não é o responsável pela reforma ministerial, Ernesto Araújo certamente precipitou as mudanças que já estavam na cabeça de Bolsonaro. Quadro fiel do núcleo ideológico do governo e amigo da família Bolsonaro, sua presença na Chancelaria havia se tornado insustentável diante da pressão política para que fosse demitido. Nesta segunda-feira, um grupo de senadores se preparava para dar entrada em um pedido de impeachment do ministro junto ao Supremo Tribunal Federal. Ao executar a reforma, Bolsonaro tira o foco da crise de Ernesto Araújo, minimizando o desgaste da demissão do amigo.


O novo chanceler será o embaixador Carlos Alberto Franco França.


Bolsonaro não conseguiu mais segurar Ernesto Araújo no governo / Marcos Corrês/Agência Brasil

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