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Relator diz que CPI já tem provas sobre 'gabinete paralelo'


Senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, em entrevista à GloboNews neste domingo (Reprodução)

A CPI da Covid no Senado já tem provas de que integrantes de um "gabinete paralelo" da saúde se reuniam todos os dias com o presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada neste domingo (30) pelo relator da comissão parlamentar de inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

“Acho que já temos muita coisa comprovada com relação à existência do 'gabinete paralelo'. Já temos até o número de reuniões que eles tiveram. Estamos com vários integrantes dessa consultoria paralela, especialíssima, porque despachava todos os dias com o presidente da República", disse Renan, em entrevista à GloboNews.

Segundo Renan, o gabinete teria dado as diretrizes para a gestão da pandemia, principalmente quanto ao tratamento precoce e a chamada 'imunidade de rebanho' - contaminação generalizada como maneira de alcançar a imunização coletiva, também largamente defendida pelo presidente da República.

O relator da CPI defendeu a convocação do médico e deputado Osmar Terra (MDB-RS), considerado como "peça-chave" deste gabinete, juntamente com o filho 02, Carlos Bolsonaro (Republicanos), chamado de "vereador nacional" pelo pai.

Além de Terra e Carlos, outro nome na mira da CPI é o de Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. Bolsonaro teria pedido a ele orientação sobre política pública de saúde. Em um vídeo que circula na internet, Arthur aparece dando uma "entrevista" para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o 03, e conta como foi convidado pelo presidente para "pesquisar" sobre a cloroquina.

"Ele (Jair Bolsonaro) me chamou... Ô magrelo, você que é porra-louca, vai lá e estuda isso daí, cara", narra o irmão do ex-ministro referindo-se ao pedido feito por Jair Bolsonaro para ele apresentar um suposto estudo sobre uso da cloroquina. Ainda no vídeo, Arthur refere-se a método científico de pesquisa como "arcaico".

Osmar Terra, por sua vez, foi uma das primeiras autoridades a lançar a tese da chamada "imunidade de rebanho", como forma, segundo ele, de não estagnar a economia - que passou a ser um mantra para Bolsonaro. Ou seja, a morte talvez de dois milhões de brasileiros para "acabar mais rápido" a pandemia e "não atrapalhar" a gestão do governo na economia.

“Ele é deputado, exerce mandato pelo MDB, o meu partido, mas eu sou uma das pessoas que defendem sua convocação, porque ele funcionou o tempo todo como uma espécie de alter ego do governo e como alguém que iria ocupar o ministério da Saúde exatamente para fazer tudo aquilo que o presidente da República imaginava fazer”, afirmou Calheiros na entrevista, ainda acrescentando: “Ele (Terra), mais do que qualquer um, como integrante desse governo paralelo, ele precisa depor à CPI sim. Acho muito importante o depoimento dele.”

Renan também falou na entrevista que a CPI vai receber um estudo que pretende quantificar o número de mortes que poderiam ter sido evitadas caso o governo tivesse tomado medidas de enfrentamento à pandemia e não ignorado a compra de vacinas entre julho e novembro de 2020 que poderiam ter propiciado o início da vacinação mais cedo, poupando milhares de vidas.

"Essa é a grande pergunta que a sociedade nos faz. Os parentes das vítimas, os milhões de pessoas que já tiveram a Covid-19, que sobreviveram, mas que ficaram sequelados, têm direito de saber o que aconteceu", disse o senador.

"As pessoas não aguentam mais"

Na entrevista, o senador defendeu as manifestações realizadas no sábado contra o governo, apesar de terem provocado aglomerações.

"As pessoas fizeram essas manifestações no Brasil todo, sobretudo pelo clamor, pela indignação, pela maneira como contrariam essa pulsão do Presidente da República de morte. As pessoas não aguentam mais", afirmou, ressaltando que os manifestantes estavam de máscara e guardaram distância recomendável uns dos outros, diferentemente das manifestações de apoio a Bolsonaro.

"Acho que ela não foi feita para aglomerar, ela tem outro significado, é uma passeata a favor da vida, contra a morte, diferentemente do que aquelas que são levadas pelo presidente da República e seus adeptos", comparou.

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