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Rio interrompe vacinação de grávidas com AstraZeneca


Após uma nota técnica emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendando a suspensão imediata do uso da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz para mulheres gestantes, a Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro interrompeu preventivamente nesta terça-feira (11) a aplicação do imunizante até que ocorra uma nova orientação por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI). A partir desta terça-feira (11), os municípios fluminenses devem manter o atendimento a este público apenas com CoronaVac e Pfizer. O estado ainda aguarda a orientação do Ministério da Saúde quanto à aplicação da segunda dose para quem recebeu AstraZeneca.

Em nota, a secretaria afirma que "a Anvisa recomenda a suspensão da vacinação de gestantes com a vacina AstraZeneca, e reforça que sejam seguidas as indicações da bula do imunobiológico quanto ao público alvo".

A decisão, segundo a Anvisa, é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a Covid-19 em uso no país.

Mais tarde, no entanto, o Ministério da Saúde confirmou através de uma nota que está sendo investigado o caso de uma gestante no Rio de Janeiro, que morreu após ser imunizada com a vacina.

“O Ministério da Saúde informa que foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso. Cabe ressaltar que a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela Covid-19”, diz a pasta comandada por Marcelo Queiroga em resposta à Folha de S.Paulo.

“Neste momento, a pasta recomenda a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades”, diz ainda o texto, contrariando a Anvisa.

Especialistas ouvidas pelo G1 afirmam que grávidas que receberam a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca precisam ter acompanhamento médico para eventos adversos e devem receber a segunda dose – porque o risco oferecido pela Covid-19 é bem maior do que eventuais efeitos da vacina.

“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, ressaltou a Anvisa.

A vacina vinha sendo usada em gestantes com comorbidades desde o dia 20 de abril.

Município do Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que decidiu suspender a vacinação de gestantes e puérperas na cidade até que “a investigação do caso de evento adverso em gestante seja finalizada pelo Ministério da Saúde e o Programa Nacional de Imunizações se pronuncie”.

Com a chegada de uma nova remessa da vacina Coronavac na sexta-feira (7), a segunda dose do imunizante foi ofertada em todos os postos de vacinação e está mantida para idosos acamados e aqueles com mais de 66 anos, até esta quarta-feira (12).

O calendário para a primeira dose também, voltou a ser segmentado por gênero e idade, e é voltado exclusivamente para pessoas dos grupos prioritários. Mulheres de 49 anos dos grupos prioritários voltaram a ser imunizadas na segunda-feira, homens da mesma idade nesta terça, e assim por diante. Nesta fase da campanha são atendidos os grupos prioritários das pessoas com comorbidades (conforme lista do Programa Nacional de Imunizações), trabalhadores da saúde e guardas municipais diretamente envolvidos nas ações de combate à Covid-19 e de vigilância das medidas de distanciamento social em contato direto e constante com o público.

Entre esta terça e sexta-feira (14) serão vacinados profissionais de saúde com idade entre 30 e 34 anos. Eles podem procurar as unidades de saúde no período da tarde, das 13h às 17h. O calendário segue escalonadamente por idade até dia 21 de maio, quando atenderá profissionais de saúde de 26 anos ou menos. As categorias contempladas são médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares.

Na próxima quinta-feira (13), retorna a aplicação da Coronavac para completar o esquema vacinal de idosos de 65 e 64 anos. Na outra segunda-feira (17), serão imunizados os de 63, 62 e 61 anos com a segunda dose.

Os demais vacinados que não sejam idosos que receberam a primeira dose da Coronavac entre 5 e 9 de abril devem comparecer aos postos 10 dias após a data marcada em seus comprovantes para a segunda dose. Aqueles que receberam a D1 entre 10 e 17 de abril devem comparecer aos postos no dia 17 de maio. Não deve haver adiamento da segunda dose para quem recebeu a primeira após 17 de abril.

O município já fez a aplicação da primeira dose em 1.654.584 pessoas, o que corresponde a 24,5% da população.

São Paulo

Devido à orientação da Anvisa, a prefeitura de São Paulo também suspendeu a aplicação de vacina da AstraZeneca/Fiocruz para gestantes e aguardará nova orientação do PNI.

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