Rio: mortes por intervenção de agentes do Estado caem 45%
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam que o primeiro mês de 2024 teve redução de 45% nas mortes por intervenção de agentes do Estado do Rio de Janeiro, em comparação com janeiro de 2023. Foram registrados 57 casos, o menor número do índice desde 2016, contra 104 no primeiro mês do ano passado.
Especialistas afirmam que o uso das câmeras corporais influencia nos números. É o caso do ex-secretário nacional de Segurança e membro do Conselho da Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo, José Vicente da Silva Filho, que foi ouvido pelo Globo.
"É bem provável que o uso das câmeras tenha se juntado a outras medidas de gestão, enfatizando mais o patrulhamento, o que provoca uma redução maior na violência", disse.
Os dados divulgados pelo ISP mostram também uma redução geral no índice de letalidade violenta no estado, em janeiro, com queda de15% em relação ao mesmo mês de 2023. O indicador, que engloba homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e morte por intervenção de agentes do Estado, apresentou o menor número de vítimas desde 1991, quando iniciou a série do ISP.
“É importante destacar que as mortes por intervenção de agente do Estado caíram 45% no mesmo período - foi o menor número de mortes desde 2016. Os homicídios dolosos também registraram queda - 3% -, o menor número de vítimas desde 1991”, diz o ISP.
Os crimes contra o patrimônio, como roubos de carga e de rua, também sofreram declínios em janeiro. Os roubos de carga caíram 34%. Foram 205 casos, 107 roubos a menos quando comparados com janeiro de 2023. Este foi o menor número de ocorrências desde 1999. Ainda em janeiro, os roubos de rua (roubo de aparelho celular, roubo a transeunte e roubo em coletivo) apresentaram recuo, registrando o menor número de casos desde 2005.
Por dia, foram retiradas 15 armas de fogo das mãos de criminosos - dois fuzis a cada 24 horas. Além disso, as polícias Civil e Militar prenderam 3.430 pessoas em flagrante em janeiro e registraram, no mesmo período, 1.916 apreensões de drogas.
“Quando analisamos que crimes com a letalidade violenta e roubos de carga estão acusando quedas consecutivas, mês após mês, concluímos que nossas forças de segurança estão fazendo um ótimo trabalho. Esses resultados são frutos da integração entre as polícias Civil e Militar e a Secretaria de Segurança Pública”, disse a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz.
Principais indicadores:
Letalidade violenta: 317 mortes em janeiro de 2024 e 375 em janeiro de 2023. Na comparação mensal, o indicador registrou redução de 15%. Foi o menor número de mortes para o mês desde o início da série histórica, em 1991.
Homicídio doloso: 253 mortes em janeiro de 2024 e 260 em janeiro de 2023. Na comparação mensal, o indicador registrou redução de 3%. Foi o menor número de mortes para o mês desde o início da série histórica, em 1991.
Morte por intervenção de agente do Estado: 57 mortes em janeiro de 2024 e 104 em janeiro de 2023. Na comparação mensal, o indicador registrou redução de 45%. Foi o menor número de mortes para o mês desde 2016.
Roubo de rua: 4.639 casos em janeiro de 2024 e 4.651 em janeiro de 2023. Na comparação mensal, o indicador registrou redução de 0,3%. Foi o menor número de roubos para o mês desde 2005.
Roubo de carga: 205 casos em janeiro de 2024 e 312 em janeiro de 2023. Na comparação mensal, o indicador registrou redução de 34%. Foi o menor número de roubos para o mês desde 1999.
Armas apreendidas: 469 apreensões no primeiro mês do ano. Por dia, foram 15 armas retiradas de circulação.
Fuzis apreendidos: 62 apreensões no primeiro mês do ano. Foram dois fuzis apreendidos por dia.
Prisão em flagrante: 3.430 prisões no primeiro mês do ano. Na comparação com 2023, o indicador registrou aumento de 10%. Por dia, as polícias Civil e Militar prenderam cerca de 111 pessoas em flagrante.
Apreensão de drogas: 1.916 registros de apreensões no primeiro mês do ano. Na comparação com 2023, o indicador registrou aumento de 7%.
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