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Saída de Prates da Petrobras foi porque Lula quer acelerar investimentos


Apontado como um dos defensores da saída do ex-presidente Jean Paul Prates do comando da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se pronunciou publicamente sobre o assunto pela primeira vez nesta terça-feira (21).


Conforme o ministro, a decisão partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que considerou insuficiente a velocidade dos investimentos da estatal no Brasil. O clima entre Lula e Prates estava desgastado desde o episódio de distribuição dos dividendos estratosféricos da Petrobras.


Além disso, Silveira declarou que não influenciou a decisão, assim como o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Em carta divulgada aos diretores da Petrobras sobre a demissão, o ex-presidente da empresa fez uma citação aos dois nomes.


"Tentaram personificar em mim e no ministro Rui. Isso absolutamente não aconteceu […]. O presidente Lula, com 78 anos de idade, não pode ser constrangido por nenhum de nós [do governo]. Todos nós temos que nos orgulhar e aprender com ele sobre respeito à democracia", afirmou a jornalistas que estavam na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, em declaração citada pelo Estadão.


O ministro acompanhava no local o embarque de eletricistas que irão ajudar a reconstruir o Rio Grande do Sul. A afirmação de Silveira aponta para o descumprimento, por parte de Jean Paul Prates, da determinação do presidente Lula para que conselheiros do governo na Petrobras votassem contra a distribuição dos dividendos extraordinários de 2023.


Sai Prates, entra Chambriard

Demitido na última semana por decisão de Lula, Prates será substituído pela engenheira Magda Chambriard, que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff (2011–2016).


Uma das questões que levaram à demissão foi justamente a determinação do governo de que seus representantes no conselho da companhia votassem contra o pagamento de dividendos extraordinários - no valor de R$ 43,9 bilhões, considerado o maior do mundo entre as petroleiras. Porém, Prates se absteve, gerando insatisfação no Palácio do Planalto.


Na mensagem de despedida que enviou aos diretores da Petrobras, Jean Paul Prates afirmou que sua "missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa".


Indicada por Lula, Magda Chambriard, de 66 anos, começou a trabalhar na Petrobras em 1980, atuando na área de produção por mais de 20 anos. Ela também assessorou a comissão interministerial, antes da posse do presidente Lula, para estudar as regras de exploração e produção das reservas de petróleo e gás na área do pré-sal.


Na próxima sexta-feira (24), o Conselho de Administração da Petrobras se reúne para analisar o nome da engenheira para a presidência da empresa.


Oportunidades para a indústria nacional

Em meado do mês passado, a Petrobras informou que projeta investimentos de US$ 73 bilhões em atividades de exploração e produção. Parte desses recursos será destinado à indústria naval e offshore, como construção de plataformas de petróleo, navios de apoio marítimo e embarcações de cabotagem. Estima-se a geração de até 100 mil empregos diretos e indiretos.


De acordo com a companhia, no contexto das demandas para a indústria nacional, serão colocadas 14 plataformas do tipo FPSO em produção até 2028. "Para além desse prazo, mais sete plataformas podem ser implementadas, caso haja viabilidade técnica e econômica. Em relação às embarcações de apoio, a companhia contratará cerca de 200 unidades no período 2024-2028", informou a Petrobras.


Quanto às sondas para pesquisa de petróleo, a Petrobras informou que contará com uma frota de, aproximadamente, 25 navios-sonda em 2024, usadas em atividades de pesquisa de petróleo. Até 2028, a companhia prevê que a sua frota chegue a 30 sondas.


Com informações da Sputnik Brasil

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