'Se Pazuello mentir de novo na CPI, sairá algemado', diz Aziz
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira (24) que, se o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, mentir novamente à CPI da Covid, sairá algemado da sessão.
"Não posso afirmar que vou prendê-lo, mas pode ter certeza que, se ele mentir... Se ele tiver um habeas corpus, eu não poderei prendê-lo. Manda ele sem habeas corpus lá, ele não vai brincar mais com a CPI e a população brasileira. O desrespeito não foi a mim e aos senadores. Foi um desrespeito à sociedade brasileira e ao Exército brasileiro. Se ele mentir, sairá algemado de lá", afirmou Aziz em entrevista ao UOL.
De acordo com o presidente da comissão parlamentar de inquérito, que investiga possíveis crimes praticados pelo governo na gestão da pandemia da Covid-19, em seus depoimentos na quarta e na quinta-feira passada, Pazuello deu versões conflitantes sobre as negociações por vacinas pelo governo federal e mentiu diversas vezes.
Por isso, um requerimento para a reconvocação do general será votado nesta quarta-feira (26).
"Quando eu digo 'no máximo o presidente mentiu, e mentira não leva ninguém à cadeia', é baseado no que o Pazuello falou. O presidente, um dia, diz que quem manda é ele e que não vai comprar vacina nenhuma. Aí o Pazuello chega, a gente faz essa pergunta e ele diz: 'Não, eu nunca recebi essa ordem, por isso estava negociando a vacina'. Foi baseado nisso", disse Aziz.
Outro acusado de mentir e chegou a ter a prisão pedida pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), foi o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngartenrisão, ao depor na CPI no dia 12 de maio.
Aziz, porém, descartou prender o ex-integrante do governo Bolsonaro naquele momento.
Agora, o senador afirma que os próximos depoentes não devem esperar que ele tenha mesma moderação.
"Se eu amanhã (terça-feira) tomar a decisão de prender um depoente mentiroso, pode ter certeza que a CPI não acabará. Acabaria [no episódio de Wajngarten] porque estava no início. Hoje, não. Hoje está consolidada", declarou.
Pazuello foi ouvido pela CPI nos dias 19 e 20 de maio, na condição de testemunha, o que lhe obrigava a dizer a verdade. Porém, um habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, lhe garantia o direito de permanecer em silêncio e de não se autoincriminar.
Sua participação foi dividida em dois dias devido à extensão do primeiro dia de depoimento, quando o o general ainda passou mal num intervalo da sessão.
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