Sem 'miar', Renan pedirá indiciamento de Bolsonaro e ministros

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o relatório final "com certeza" pedirá o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Renan disse que não vai "miar no relatório" depois de "falar grosso na investigação". A previsão é de que o relatório seja apresentado e votado ainda na segunda quinzena de outubro.
"Com certeza será [indiciado]. Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será, sim, pelo o que praticou", disse o parlamentar a jornalistas antes de chegar à Comissão Parlamentar de Inquérito nesta terça-feira (5).
"O presidente da República, os ministros, aquelas pessoas que tiveram participação efetiva no gabinete paralelo e todos aqueles que tiveram responsabilidade no desvio de dinheiro público e na roubalheira. Então essas pessoas serão responsabilizadas", afirmou o relator da comissão.
Ele adiantou que enviará partes das investigações à Procuradoria-Geral da República (PGR), a unidades do Ministério Público Federal (MPF) nos estados e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
"Vamos mandar para o PGR apenas o que couber à PGR. Vamos destrinchar para o MPF do DF, de São Paulo, outros estados, TCU", disse, e revelou as tipicidades criminais no indicamento: "Utilizaremos os tipos penais do crime comum, crime de responsabilidade, do crime contra a vida, do crime contra a humanidade e estamos avaliando com relação a indígenas do genocídio", complementou.
Segundo o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mais de 30 pessoas serão indiciadas pelos diversos crimes investigados desde 27 de abril, data da instalação da CPI.