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Sem operações em favela, mortes caem 76% no Rio


Mortes diminuíram com a proibição de operações policiais em favelas pelo Supremo Tribunal Federal (Reprodução)

O número de pessoas mortas pela polícia teve uma queda de 76% no Rio de Janeiro após entrada em vigor da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) proibindo operações durante a pandemia da Covid-19.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio. Os óbitos diminuíram de 348, em junho e julho de 2019, para 84 no mesmo período deste ano.

A queda no número de vítimas corresponde à entrada em vigor da decisão do STF, no dia 5 de junho.

A determinação do ministro Edson Fachin, no dia 5 de junho, suspendeu a realização de operações das polícias Militar e Civil durante a pandemia. No dia 17 de agosto, o STF decidiu ampliar as restrições, depois que a maioria dos ministros votou pela imposição de novas regras para a segurança pública do RJ.

Em entrevista ao G1, o professor de sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), Daniel Hirata, disse que o período sem operações não resultou em aumento de outros índices de criminalidade.

"Há um discurso bastante generalizado entre as polícias de que as operações são inevitáveis para controle do crime. Enquanto isso, a gente observa que as operações caíram, as mortes em geral caíram e os indicadores criminais não subiram. A gente começa a perceber que a preservação da vida não se opõe ao controle do crime", disse Hirata.

Já o número de policiais mortos no estado, nos seis primeiros meses de 2020, apresenta índice parecido com o mesmo período em 2019: foram 11 policiais mortos em 2020, um a menos do que os 12 contabilizados em 2019.

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