STF rejeita investigar Bolsonaro por cheques na conta de Michelle

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira (5) para rejeitar um pedido para investigar o presidente Jair Bolsonaro sobre os depósitos de cheques feitos por Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, num total de R$ 89 mil, de 2011 a 2016.
Dos onze ministros, seis deles votaram contra o procedimento investigatório conforme indicou a Procuradoria-Geral da República, que disse não ter encontrado indícios de crime por parte do presidente: Alexandre de Moraes , Cármen Lúcia, Nunes Marques, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e o relator Marco Aurélio Mello. O julgamento é virtual e tem previsão para ser encerrado até 2 de agosto.
A votação trata de um pedido do advogado Ricardo Bretanha Schmidt que acusa o presidente Jair Bolsonaro de peculato. "A despeito dos depósitos terem sido feitos na conta da esposa do noticiado e em período anterior ao mandato presidencial em curso, os fatos relatados pela imprensa são graves e revelam a prática, pelo presidente da República, do crime", alega o Ricardo Schmidt.
Extratos bancários mostram que pelo menos 21 cheques foram depositados na conta de Michelle por Queiroz, que foi motorista de Jair Bolsonaro quando deputado e foi assessor do filho 01 do presidente, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), quando este era deputado estadual na Alerj. Queiroz é acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser o operador da rachadinha e de ter recolhido mais de R$ 2 milhões em salários de funcionários do gabinete de Flávio, acusado pelo MP-RJ de enriquecer desviando recursos públicos. O caso está há um ano parado no Supremo Tribunal Federal (STF), onde aguarda uma decisão sobre a instância judicial em que Flávio deve ser julgado.