Taxa de desemprego no 2º trimestre foi de 13,3%
O desemprego cresceu ainda mais no Brasil, desde o início da pandemia. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média chegou a 13,3% no segundo trimestre e foi a maior já registrada nesse período. Entre abril e junho eram 12,8 milhões de pessoas sem trabalho. Especialistas afirmam, entretanto, que esses números não refletem o tamanho da crise.

O aumento maior foi verificado em 11 estados, onde a taxa de desocupação superou a média do país. Os que apresentaram números mais altos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), foram Bahia (19,9%), Sergipe (19,8%), Alagoas (17,8%), Amazonas (16,5%), Rio de Janeiro (16,4%) Roraima (16,3%) e Maranhão (16,0%).
O crescimento das taxas de desocupação é reflexo do aumento da procura por emprego, pois só entram para o índice os trabalhadores em busca de vagas. A flexibilização do isolamento social e abertura gradativa do comércio, fez com que as pessoas saíssem mais às ruas para procurar ocupação.
Muitos setores que andaram em baixa começam a se fortalecer aos poucos, como é o caso da prestação de serviços informais em residências, atualmente mais solicitados do que há três meses, no pico da pandemia.
No início da pandemia, um apagão estatístico interrompeu a coleta de dados sobre emprego. A Pnad Covid também atrasou a divulgação dos dados de junho, por problemas na apuração das informações, que agora é feita por telefone e não presencialmente.
Dados específicos
No segundo trimestre, o desemprego foi maior entre negros do que brancos e pardos, revela a Pnad. A diferença percentual da taxa de desemprego entre brancos e pretos alcançou um recorde histórico. A população negra foi a que sofreu maior impacto, com a taxa de desocupação em 17,8%, contra 15,2% no primeiro trimestre do ano.
Já entre os brancos, a taxa aumentou de 9,8% para 10,4%. E entre os pardos, passou de 14% para 15,4%. Atualmente, a maioria da população brasileira é parda (46,8%), seguida por brancos (43,6%) e pretos (8,6%).
No caso dos menos escolarizados, o país também registrou alta acima da média no índice de desemprego. Os sem instrução e com menos de um ano de escolaridade subiram de 9,6% no primeiro trimestre a 13,1% em junho. Entre os que possuem ensino médio incompleto, o aumento foi de dois pontos percentuais, de 20,4% a 22,4%. Já entre trabalhadores com ensino superior completo, a taxa permaneceu praticamente estável, passando de 6,3% a 6,4%.
Em relação ao gênero, o percentual de desocupação dos homens foi de 12%. E das mulheres 14,9%. Levando em conta a faixa etária, considerando jovens de 18 a 24 anos de idade, o índice de 29,7% é bastante elevado em relação à taxa média total no país.
*Fonte: IBGE