TCU aponta indícios de fraude em compra de insumos da cloroquina
Atualizado: 19 de fev. de 2022

O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta a existência de "indícios robustos" de fraudes em licitação do Exército para a compra de insumos para a produção de hidroxicloroquina, medicamento ineficaz no combate à covid-19. As informações foram reveladas pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (18).
De acordo com a Corte de Contas, 26 licitações feitas entre 2018 e 2021 apresentam indícios de fraudes. Do total, 24 ocorreram a partir de 2019. Uma das licitações teve por objetivo adquirir insumos para a fabricação de cloroquina pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEX),
Para atender a um desejo de Bolsonaro, apesar das evidências científicas, o Ministério da Defesa viabilizou a produção em larga escala de cloroquina pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.
Os "indícios robustos" foram descobertos a partir de auditoria do TCU para investigar possível superfaturamento por parte do LQFEX. A investigação ainda busca esclarecer o papel de Bolsonaro na produção do medicamento.
Durante a CPI da Covid, o chefe do gabinete do Comando do Exército, general Francisco Humberto Montenegro Junior, afirmou que a produção de cloroquina pelo laboratório do Exército foi ordem do Ministério da Saúde.
A pasta, porém, nega que tenha solicitado a produção de hidroxicloroquina ou de cloroquina ao Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEX). O ministério alega só ter "recebido como doação do Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército, ou seja, sem ônus para o Ministério da Saúde, uma vez que não houve solicitação do Departamento de Assistência Farmacêutica para produção e aquisição deste medicamento".