TJ-RJ quebra sigilos de Carlos Bolsonaro por rachadinha
Investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por contratar funcionários fantasmas ligados à sua família e pela prática de "rachadinha" em seu gabinete, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve seu sigilo fiscal e bancário quebrado com autorização da Justiça do Rio. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados. Nesta quarta (1º), o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro usou uma rede social para se defender e dizer que "na falta de fatos novos, requentam os velhos" que, segundo ele, "não chegaram a lugar nenhum".
O MP-RJ, citado pelo Globo, confirmou que o inquérito que investiga a prática de "rachadinha" no gabinete do vereador tramita, em sigilo, na 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro. O Tribunal de Justiça do Rio também confirmou que as quebras foram deferidas no dia 24 de maio.
Carluxo, como é chamado entre os vereadores do Rio, já empregou 17 pessoas, que tinham laços familiares com outros funcionários, entre as quais sete parentes de Ana Cristina Valle, segunda mulher de Jair Bolsonaro. Alguns deles jamais moraram no Rio ou foram à Câmara de Vereadores.
Um exemplo dos que não vivem na cidade, está a cunhada de Ana Cristina, Marta Valle, que passou sete anos e quatro meses registrada como funcionária de Carlos Bolsonaro, mesmo morando em Juiz de Fora, a 185 quilômetros do Rio, conforme informação colhida pela mídia.
Pelas investigações, observa-se que o modus operandi da rachadinha no gabinete de Carlos é igual ao do que foi descoberto no gabinete do irmão, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), quando deputado estadual do Rio. De acordo com os promotores, a prática está associada a saques de dinheiro vivo nas contas dos assessores "fantasmas", que, ao final da arrecadação, é repassado para o parlamentar.
Segundo o MP-RJ, Carlos Bolsonaro manteve e utilizou grandes quantias de dinheiro em espécie ao longo dos seis mandatos consecutivos como vereador. No pedido da quebra de sigilo, os investigadores também indicam a existência de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta duas operações financeiras suspeitas envolvendo Carlos. Uma delas no valor de R$ 1,7 milhão, feita por Rogéria Nantes Bolsonaro, mãe do vereador, entre 2007 e 2019.
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