TODA PALAVRA antecipou afastamento iminente de Witzel
Em sua edição online do dia 12 de agosto, o TODA PALAVRA antecipou que o afastamento do governador Wilson Witzel do cargo poderia acontecer a qualquer momento. A matéria publicada no portal do jornal dava conta de fortes rumores em Brasília sobre uma possível decisão da Justiça que tirasse Witzel do comando do estado com a finalidade de impedir que ele interferisse nas investigações em curso.
No mesmo dia dessa publicação, o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) - o mesmo que determinou nesta sexta-feira (28) o afastamento do governador - havia homologado a delação premiada do ex-secretário de Saúde do estado, Edmar Santos, peça-chave do inquérito onde Witzel é investigado por chefiar um esquema de propinas na área de saúde em plena pandemia de coronavírus.
Porém, a decisão monocrática determinada ontem pelo ministro Benedito Gonçalves - ainda passível de confirmação pelo plenário do STJ - está longe de ser uma unanimidade. Até mesmo adversários do governador questionam o fato de, sob o regime democrático de direito, um governador eleito pelo voto popular ter seu mandato interrompido por uma decisão judicial.
É o caso do deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), membro da comissão de conduz o processo de impeachment aberto contra Witzel na Assembleia Legislativa. "Mesmo na oposição de esquerda", argumenta o parlamentar, "devo indagar: decisão monocrática de juiz pode suspender mandato oriundo da sonerania popular?"
Waldeck, assim como vários analistas, considera que o afastamento de Witzel antes mesmo de seu destino ser decidido pelas vias regulares do processo parlamentar de impeachment se dá dentro de uma guerra entre "facções neofascistas" que disputam o controle político no Estado do Rio.
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