TSE interrompe ganhos de canais bolsonaristas nas redes
Nesta segunda-feira (16), o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, determinou que os gigantes das redes sociais YouTube, Twitter, Facebook, Instagram e Twitch bloqueiem o repasse de dinheiro para uma série de perfis e canais bolsonaristas suspeitos de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro. O magistrado também estabeleceu que as plataformas informem ao tribunal em até 20 dias os valores acumulados pelos propagadores de notícias falsas. A medida vem no bojo da investigação sobre a live em que o presidente Jair Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral.
Segundo a Folha de S. Paulo, a Polícia Federal chegou a solicitar também o bloqueio de repasse de monitorização de canais dos filhos 01, 02 e 03 de Bolsonaro, respectivamente, Flávio, Carlos e Eduardo, mas o corregedor-geral negou o pedido.
Além de tentar descobrir a origem dos conteúdos de desinformação sobre as urnas eletrônicas, as investigações ocorrem também no sentido de evitar o faturamento de quem espalha fakenews. No inquérito das fakenews instaurado no Supremo Tribunal Federal (STF), soube-se, por exemplo, que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que foi morar nos Estados Unidos com medo de ser preso, chegava a faturar mais de R$ 100 mil mensais com publicações mentirosas.
Ataques
Youtubers de 14 canais alimentaram junto com Jair Bolsonaro dúvidas sobre a confiabilidade das urnas, desinformando que as urnas não são auditáveis, levantando suspeitas infundadas de que a votaçao foi fraudada e ataques a ministros do STF. Em vídeo com 90 mil visualizações publicado em 11 de agosto, dia seguinte à derrota da PEC do voto impresso, o Blog do Lisboa, por exemplo, reproduziu informação falsa de que as urnas atuais são idênticas às de 1996. O canal Folha Política reproduziu trechos de discursos de parlamentares bolsonaristas pró-voto impresso.
O youtuber Oswaldo Eustáquio, que foi preso no ano passado por disseminação de fakenews, afirmou no dia 10 que, depois do arquivamento da proposta, "nós vamos ter eleições com fraude novamente". Ele é um dos bolsonaristas alcançados pela decisão do corregedor-geral eleitoral.
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