Ufa! Em jogo complicado, Brasil vence a Suíça por 1x0
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Ufa! Em jogo complicado, Brasil vence a Suíça por 1x0

Atualizado: 29 de nov. de 2022

Seleção consegue a vitória com gol do volante Casemiro, mas sente a ausência de Neymar e tem muitas dificuldades contra a boa defesa suíça


por Edu Gomes

Brasil vence a Suíça por 1x0 em jogo difícil, com gol de Casemiro. Foto: Amanda Perobelli/Agência Brasil

E mais uma vez foi difícil! O Brasil venceu a Suíça por 1x0 e manteve os 100% de aproveitamento na Copa do Mundo 2022. Apenas Brasil e França, até o momento, venceram os dois primeiros jogos nessa primeira fase da competição. Mas não foi nada fácil, em um jogo contra uma seleção que possui, sem dúvidas, uma das melhores defesas do mundo.


O retrospecto da Suíça nesse último ciclo já explicitava que a seleção não encontraria uma "moleza", como muitos equivocadamente falaram (incluindo alguns colegas da imprensa). Trata-se de um selecionado que já havia empatado com o Brasil por 1x1 na fase de grupos da última Copa do Mundo, em 2018 na Rússia; que em 2021 eliminou a França, atual campeã mundial, nas oitavas de final da Eurocopa; e que liderou seu grupo nas eliminatórias, classificando-se de forma direta e mandando para a repescagem nada mais nada menos que a tetracampeã mundial e atual campeã europeia, Itália (que depois, acabou eliminada na repescagem para a Macedônia do Norte, ficando de fora da fase final da Copa do Mundo no Catar).


Para o jogo de hoje, o técnico Tite ainda teve lidar com dois grandes problemas: as ausências de Danilo e Neymar, ambos contundidos na primeira partida do torneio contra a Sérvia. Já confirmado que ficarão, pelo menos, fora de toda a fase de grupos, Tite teve que reinventar a escalação da seleção para o confronto de hoje.


Para o lugar de Danilo, a dúvida se concentrava entre Daniel Alves, suplente da posição e experiente jogador, porém muito questionado por seus 39 anos e sua fase irregular no Pumas, do México; e Éder Militão, zagueiro titular do Real Madrid da Espanha e que poderia ser improvisado para jogar na lateral, como muitas vezes já fez em seu clube. O treinador acabou optando pela segunda opção, colocando Militão de titular e apostando, assim, em uma defesa mais jovem e também consistente na marcação, porém com menor possibilidade de apoio pelo lado direito.


Para a vaga de Neymar, muitas eram as opções. Por mais que transparecesse ser algo "fácil" de se resolver, mesmo se tratando da saída momentânea do melhor jogador do time, a ausência do camisa 10 trouxe algumas dúvidas para o técnico Tite: se fosse manter taticamente o mesmo time que enfrentou a Sérvia, o coerente seria a entrada de Rodrygo na vaga de Neymar, já que o atleta do Real Madrid (ESP) possui características mais próximas ao craque do PSG para atuar na posição de ponta de lança. Porém, se optasse em colocar o volante Fred em campo (que foi a opção do treinador), volante que atua pelo Manchester United (ING) e foi titular em boa parte da campanha da seleção nas eliminatórias, Tite poderia adiantar Lucas Paquetá para cumprir a função que, normalmente, seria realizada por Neymar.


A verdade é que, dentro do time que Tite manteve de forma consistente no decorrer das eliminatórias, o que gerou (boas) dúvidas na cabeça do treinador é a boa fase de Vinícius Júnior. Pedindo passagem para ser titular na ponta esquerda da seleção, depois de ter sido o melhor brasileiro em atividade na temporada 2021-2022 na Europa, Vini fez com que Tite, para manter Paquetá na equipe, recuasse o meia do West Ham (ING) para atuar como um segundo volante contra a Sérvia. Com isso, Fred acabou indo para o banco.


A pergunta central é: a partir de um possível retorno de Neymar, Paquetá possui condições de cumprir a função de segundo volante, como espera Tite em um jogo contra as grande seleções a partir das oitavas? E Fred, possui as condições necessárias para atuar como um segundo volante que também chegue bem na frente? Essas dúvidas permeiam a cabeça do treinador brasileiro atualmente. E a resposta, como veremos na sequência deste texto, pode estar em um nome: Bruno Guimarães!


Finalmente falando do jogo, no primeiro tempo o Brasil teve muitas dificuldades para efetivar jogadas que pudessem de fato levar perigo contra a ótima defesa suíça. Paquetá, na posição de "10", acabou rendendo menos que o esperado. E Militão, mesmo tendo buscado subir algumas vezes, dialogou menos do que poderia com Raphinha (que apesar de ter aparecido mais que na partida contra a Sérvia, continuou muito sumido). Com isso, as jogadas da seleção se concentraram muito pelo lado esquerdo, principalmente a partir das arrancadas de Vinícius Júnior. Mesmo com mais posse de bola (54% x 46%) e mais chances criadas, a seleção brasileira terminou a primeira etapa em um 0x0 com muitas dificuldades, tendo problemas para jogar contra o fechado e bem organizado defensivamente time da Suíça, tal como já havia ocorrido contra a Sérvia na 1ª rodada.


Na segunda etapa, Tite já retornou com uma mudança importante: Rodrygo entrou no lugar de Paquetá. Assim, o treinador mantinha a estrutura dos dois volantes mais "marcadores" como esperava (Casemiro e Fred, companheiros de Manchester United) e teria um jogador centralizado que, no atual elenco, é o mais próximo tecnicamente e taticamente daquilo que o Neymar pode oferecer. Isso tudo sem mexer em Vinícius Júnior, que fez jus à titularidade na seleção, porém sacrificando Lucas Paquetá, que acaba sendo o grande "coringa" desse selecionado, mas que as vezes vai ter que aceitar que pode sim ter alguns atletas que cumpram taticamente algumas funções melhor que ele.


A entrada de Rodrygo logo surtiu efeito. Mas o pensamento de Tite ia além: em um jogo truncado e contra uma boa equipe que joga fechada e de forma organizada, precisava de jogadores criativos que pudessem furar esse bloqueio com passes e jogadas em profundidade. É aí que surgiu o nome de Bruno Guimarães que, como destaquei no início deste texto, pode ser uma peça importante nesse quebra-cabeça de Tite. Se Fred é um ótimo marcador, mas que não entrega na frente o que Tite espera de um "segundo volante", Paquetá por outro lado consegue chegar bem à frente, mas deixa a desejar na parte da marcação. E é exatamente nesse ponto que Bruno Guimarães pode ser importante para Tite: o atleta do Newcastle United (ING) e ex-companheiro de Lucas Paquetá no Lyon (FRA), tem tido ótimos números atuando na Premier League e consegue, de forma equilibrada, ser um bom marcador e também colaborar quantitativamente e qualitativamente na armação de seu clube.


Tite percebeu essa possibilidade quando fez a segunda substituição do jogo, lançando Bruno Guimarães no lugar de Fred. A mudança foi positiva e, contra uma Suíça ainda muito fechada, o Brasil conseguiu se impor e criar mais oportunidades. Vinícius Júnior até abriu o placar aos 19 minutos da etapa final, mas o gol foi anulado após o VAR apontar corretamente o impedimento de Richarlison no início da jogada.


Mesmo tendo a Suíça começado bem e criado algumas chances importantes nos primeiros minutos do segundo tempo, após as substituições a equipe brasileira controlou relativamente o jogo. Depois, no decorrer da etapa final, entraram ainda Gabriel Jesus, Antony e Alex Telles, todos mantendo o nível de controle brasileiro e mostrando a força do elenco canarinho. Se ainda tinha dificuldades para abrir o marcador, a equipe por outro lado também não corria riscos.


E essas dificuldades se encerraram quando Casemiro, aproveitando aos 37 minutos uma jogada construída por seus ex-companheiros de Real Madrid, Rodrygo e Vini Jr., acertou um lindo chute no canto esquerdo do goleiro suíço Sommer, que nada pôde fazer.


Com o resultado positivo, a equipe brasileira mais uma vez levou algumas lições para casa. Uma delas passa pelo ponto de como se comportar contra times tão reativos (e nessa questão, de forma específica, creio que Tite não mais pensará em entrar com um time titular que tenha meias mais "presos" como foi hoje, com Casemiro, Fred e Paquetá). A segunda é que, as variações táticas que o elenco brasileiro oferece, com ou sem Neymar, são muitas, tendo que se analisar todas as possibilidades de acordo com cada adversário, e não ir com um pensamento pronto a priori. Por último, outra grande lição é o entendimento que, apesar de termos bons nomes hoje em dia que possam suprir a ausência de Neymar, a verdade é que o camisa 10 da seleção e do PSG é, sem dúvidas, o craque do time. Preservá-lo o máximo possível, visando uma recuperação plena e rápida para assim ainda contarmos com seu futebol na luta pelo hexa nesse ano, será de fundamental importância na trajetória da seleção brasileira na Copa do Catar.


Já classificado para as oitavas de final, o Brasil agora encerra sua participação na primeira fase do torneio contra a seleção de Camarões na próxima sexta (02), às 16h (horário de Brasília).


Seguimos em frente, na torcida pela canarinho, resgatando a identidade com os torcedores brasileiros e realizando a análise mais criteriosa possível nessa caminhada rumo ao hexa!



FICHA TÉCNICA


BRASIL 1 x 0 SUÍÇA

Local: Estádio 974, em Doha (Qatar)

Horário: 13h (de Brasília)

Árbitro: Ivan Barton (El Salvador)

Assistentes: David Moran e Zachari Zeegelaar (Suriname)

VAR: Drew Fischer (Canadá)

Público: 43649


Cartões amarelos: Fred (Brasil) e Rieder (Suíça)

Gol: Casemiro (BRA), aos 37 minutos do segundo tempo.


BRASIL: Alisson, Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro (Alex Telles); Casemiro, Fred (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Rodrygo); Raphinha (Antony), Vini Jr e Richarlison (Gabriel Jesus). Técnico: Tite


SUÍÇA: Sommer; Widmer (Frei), Schar, Akanji e Rodriguez; Freuler, Xhaka; Rieder (Steffen), Sow (Aebischer) e Vargas (Edimilson Fernandes); Embolo (Seferovic). Técnico: Murat Yakin

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