Uso da Abin no caso Queiroz é confirmado por advogada
top of page
banners dengue balde niteroi 728x90 29 2 24.jpg

Uso da Abin no caso Queiroz é confirmado por advogada


A República trabalhou para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro, no caso Queiroz (Fotos Públicas)

A advogada Luciana Pires negou ter seguido as orientações de relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foram produzidos para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso Fabrício Queiroz (rachadinhas). "Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele [delegado federal Alexandre Ramagem, diretor da Abin] está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo", disse a advogada em entrevista á revista Época. As declarações feitas à revista, contudo, serviram para confirmar a autenticidade dos documentos e sua procedência da Abin.

Em um dado momento da entrevista, tentando minimizar a importância dos documentos produzidos ilegalmente pela Abin, a advogada reforçou ainda mais a interferência no órgão: "Ele (Ramagem) sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada".

A declaração da advogada vem desmentir também o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno, que negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a Abin tenha produzido relatórios de orientação para a defesa de Flávio Bolsonaro.

"Todo o material que ele (Ramagem) passou para a Abin foi eu que passei. (...) Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada. Inclusive, isso foi pauta na reunião", acrescentou Luciana.

Segundo ela, os relatórios vieram da Abin, com uma recomendação para que a defesa protocolasse uma petição na Receita Federal. O objetivo era solicitar formalmente os documentos que embasassem a suspeita de que o senador foi alvo de uma devassa ilegal por servidores do Fisco.

"Nenhuma orientação do Ramagem o Flávio seguiu ou me pediu para seguir. Eu não tenho contato nenhum com o Ramagem. Ele ia ajudar em quê? Ele não tem a menor ideia do que está acontecendo lá dentro (da Receita), eu tenho mais informação do que ele. Ele sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada", disse.

Após a revelação de que a Abin produziu relatórios para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso Fabrício Queiroz, o governo Jair Bolsonaro criou uma estrutura dentro da própria agência para agir às escuras. Vários pedidos foram enviados, sem intermediários, de Alexandre Ramagem para o agente (policial federal lotado na Abin) Marcelo Bormevet.

Ramagem atuou como coordenador de segurança de Jair Bolsonaro quando ainda era candidato. Seu nome virou polêmica nacional quando Bolsonaro tentou nomeá-lo diretor-geral da Polícia Federal. Na ocasião, o ex-ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, denunciou a atitude como uma interferência no órgão para dar cobertura ao clã Bolsonaro em inquéritos policiais que estavam em curso, principalmente contra o filho 01.

Cármen Lúcia manda investigar

A ministra Cármen Lúcia , do STF, mandou a Procuradoria-Geral da República (PGR) iniciar uma investigação sobre o caso.

Em seu despacho, a ministra afirma que os fatos devem ser investigados porque, em tese, "podem configurar atos penal e administrativamente relevantes (prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, crime de responsabilidade e improbidade administrativa)".

Cármen Lúcia já havia pedido explicações sobre o caso para Ramagem e para o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

Em manifestação enviada à ministra, Heleno negou que a Abin tenha feito os relatórios para ajudar Flávio, apesar de o próprio senador confirmar a existência dos relatórios. A Abin também negou que tenha produzido relatórios "ou qualquer outro documento", apesar de confirmar a reunião entre a defesa do senador, Ramagem, Heleno e Jair Bolsonaro.


Chamada Sons da Rússia5.jpg
banners dengue balde niteroi 300x250 29 2 24.jpg
Divulgação venda livro darcy.png
bottom of page