Vídeo da Funag alega "nocividade do uso de máscara"

Não bastasse a tragédia da Covid-19 ser classificada como uma "gripezinha" pelo presidente da República, a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão público vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, publicou na quarta-feira (9) um vídeo disseminando a informação falsa de que máscaras faciais são "inócuas" no combate à pandemia e "nocivas" à saúde. A fundação foi criada em 1971 para promover atividades, pesquisas e estudos sobre relações internacionais.
O autor da "fakenews" é funcionário do governo Bolsonaro. Carlos Ferraz participou do seminário virtual "A Conjuntura Internacional no Pós-Coronavírus" sendo identificado como professor de filosofia "cedido para a Secretaria Nacional da Juventude do MMFDH" (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos).
"A máscara não só é inócua no combate à pandemia mas ela é também nociva, causa problemas de saúde", afirma Carlos, que segue o discurso com o argumento facilmente encontrável nas fakenews disseminadas nas redes sociais às quais ele se refere como "artigos" acadêmicos: "Nos artigos falam em dor de cabeça, redução da oxigenação do sangue, inclusive que determinadas bactérias o canal olfativo podem ir para o cérebro, enfim, tem vários artigos acadêmicos que apontam para esse problema. Já se pesquisava a nocividade do uso de máscaras", conclui.
O presidente da fundação, Roberto Goidanich, também conhecido seguidor de Olavo de Carvalho, guru do clã Bolsonaro, participou do debate. Ele diz ser uma "falácia" que a OMS (Organização Mundial da Saúde) é "dona da verdade" e "tem uma opinião científica". Goidanich falou também que supostamente há artigos a favor e contra o uso de máscaras.
O uso de máscaras faciais é recomendado por autoridades sanitárias em todo o mundo como uma forma eficiente de combate à disseminação do coronavírus. Não existe comprovação pela ciência de hajam efeitos nocivos.