Vacina brasileira anticrack é finalista em prêmio internacional
- Mehane Albuquerque
- 14 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
A Calixcoca, vacina brasileira anticrack desenvolvida por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está na final do Prêmio Euro Inovação na Saúde. Os pesquisadores também estão na final com outra vacina, contra a covid-19. O primeiro prêmio é de 500 mil euros (cerca de R$ 2,7 milhões), e ao todo 12 iniciativas estão concorrendo.

A Calixcoca é uma vacina terapêutica contra a dependência química do crack e cocaína e foi desenvolvida pelo Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, sob coordenação do professor Frederico Duarte Garcia.
A vacina, segundo o pesquisador, possibilita a reinserção do dependente químico na sociedade.
“Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia do imunizante nessa aplicação. Ela aporta uma solução que propicia aos pacientes com dependência voltar a realizar seus sonhos”, diz.
A outra finalista, a SpiN-TEC, é um imunizante contra a covid-19. Seu mecanismo estimula a imunidade celular, propiciando uma proteção mais duradoura contra partes do vírus que não variam muito.
Para o coordenador dos testes clínicos da vacina, Helton Santiago, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), “a presença na fase final da premiação é muito importante, porque significa o reconhecimento de uma grande equipe de trabalho multiprofissional e transdisciplinar”.
A Calixcoca foi selecionada na categoria “inovação tecnológica aplicada à saúde”, enquanto a SpiN-TEC em “inovação em terapias”. As iniciativas da UFMG já garantiram um prêmio de 50 mil euros (cerca de R$ 270 mil).
A votação é online e exige registro em conselho de medicina em um dos países com participação da farmacêutica financiadora da premiação. O prazo termina no dia 3 de setembro.
Conquista inédita
O desenvolvimento de uma vacina anticrack e cocaína é um avanço revolucionário. Atualmente, não há tratamentos específicos para esse tipo de dependência química. Os cuidados que estão disponíveis são em nível comportamental ou com o uso de medicamentos com função sintomática, para ajudar com a abstinência e impulsividade.
Além do avanço na ciência, uma vacina contra a dependência química também significa um avanço social. Nas últimas semanas, o assunto sobre a Cracolândia, em São Paulo, veio à tona com o plano do governador do estado, Tarcísio de Freitas, em deslocar o contingente de dependentes químicos.
O anúncio levantou questões importantes sobre como lidar e solucionar o problema sanitário e social da Cracolândia.
*Com informações da CNN Brasil
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