Vacina de vento em Niterói pode dar cadeia

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pede à Justiça a prisão preventiva da técnica de enfermagem Rozemary Gomes Pita, de 42 anos, indiciada por peculato e crime contra a saúde pública. Ela é acusada de simular aplicação de vacina contra Covid-19 em um idoso de 90 anos, no dia 12 de fevereiro, no posto drive thru do campus Gragoatá da UFF, em Niterói.
Em sua defesa, a profissional alega que estava "extremamente cansada e estressada". Ela já foi desligada do quadro de funcionários pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Niterói.
De acordo com a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial do núcleo de Niterói, a liberdade de Rozemary "traz riscos para a ordem pública", e por esta razão "a custódia cautelar preventiva solicitada é a medida necessária para a prevenção do crime narrado".
Os promotores afirmam que Rozemary cometeu crimes intencionais (apropriação ou desvio de um bem público por servidor), com pena prevista de quatro anos de reclusão. E apontam ainda como fundamentação para o pedido de prisão "a periculosidade da agente; a gravidade do delito, em especial para a população de alto risco, neste momento da pandemia; o caráter hediondo do crime; a repercussão social do fato; e o elevado clamor social, público e popular."
Segundo a promotoria, "conforme verificado em vídeo divulgado nas mídias, fica nítido que a mesma não pressionou o êmbolo da seringa, tendo deixado de aplicar o imunizante".