Vaiado na ONU, Netanyahu diz que Israel continuará ataques
O primeiro-ministro de Israel subiu ao palco da Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (27) e foi recebido com vaias e protestos de delegações de vários países. Benjamin Netanyahu discursou em meio à escalada da guerra contra o Hezbollah que, em apenas uma semana, já matou 700 pessoas, incluindo quase uma centena de crianças e mulheres, e deixando ainda cerca de 2 mil pessoas feridas no Líbano.
Nesta sexta-feira, Israel intensificou os ataques no sul do Líbano, matando nove pessoas de uma mesma família, incluindo quatro crianças. Segundo o Ministério da Saúde libanês, 25 pessoas foram mortas em ataques israelenses no Líbano desde as primeiras horas desta sexta.
Quando o premiê foi chamado para discursar na 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, dezenas de membros de delegações abandonaram o plenário. O presidente da sessão teve de pedir silêncio.
Em seu discurso, Netanyahu jogou a culpa no Irã pelo conflito simultâneo na Faixa de Gaza e no Líbano. A delegação iraniana saiu do plenário quando o premiê começou a discursar. A delegação brasileira não compareceu, em protesto. Na última terça-feira, o presidente Lula citou genocídio israelense em Gaza e condenou os ataques recentes contra o Líbano.
"Enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra, Israel não terá escolha, e Israel tem todo o direito de remover essa ameaça e devolver nossos cidadãos às suas casas em segurança [...] não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar. E isso é verdade para todo o Oriente Médio. Longe de serem cordeiros levados ao matadouro, os soldados israelenses lutaram com uma coragem incrível", afirmou o primeiro-ministro.
Netanyahu também declarou que "tenho outra mensagem para esta assembleia e para o mundo fora deste salão: estamos vencendo. [...] Continuaremos degradando o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados", disse ele à assembleia.
O primeiro-ministro israelense também pediu uma ação mais dura sobre o programa nuclear do Irã, incluindo o retorno das sanções da ONU, que foram suspensas em 2015 sob um acordo nuclear com as principais potências mundiais.
"Peço ao Conselho de Segurança que revogue as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã, porque todos nós devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que o Irã nunca obtenha armas nucleares", disse.
De acordo com a Reuters, os dois oradores da Assembleia Geral, diante de Netanyahu, bateram no púlpito enquanto falavam. O primeiro-ministro da Eslovênia, Robert Golob, exigiu: "Sr. Netanyahu, pare com esta guerra agora."
O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, disse: "Devemos agir agora e exigir o fim imediato deste derramamento de sangue."
Ainda durante o discurso, ele citou a presença no salão de familiares de reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro.
Desde então, o Exército israelense destruiu áreas do enclave palestino sitiado, expulsando quase todos os 2,3 milhões de habitantes de suas casas, causando fome e doenças mortais e matando mais de 41.500 pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas.
Com a Sputnik Brasil
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