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Verba publicitária de Bolsonaro irrigou até fakenews

Verba publicitária sobre reforma da Previdência irrigou sites de fake news, infantis, de canal do YouTube ligado ao próprio Bolsonaro e até jogo do bicho

Bolsonaro atacava a esquerda por distribuição de verbas de publicidade do governo (Agência Brasil)

Os gastos com publicidade do governo foi um dos temas mais explorados na onda de fakenews na campanha presidencial de 2018 contra o candidato Fernando Haddad (PT). Ao assumir a presidência, Jair Bolsonaro repetia que foi eleito para "acabar com isso daí". Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, hoje (9), o governo Bolsonaro veiculou propagandas sobre a reforma da Previdência em sites  de fake news, de jogos de azar – incluindo jogo do bicho, que é ilegal no Brasil -, em russo, sites e canais infantis, além do canal do YouTube ligado ao próprio Bolsonaro. Em maio do ano passado, a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom) anunciou que gastaria R$ 37 milhões em inserções publicitárias para promover a reforma da Previdência.  A Folha diz que os dados sobre as plataformas utilizadas para promover a reforma previdenciária foram obtidas por meio de uma determinação da Controladoria-Geral da União (CGU),  mediante uma solicitação por meio do Serviço de Informação ao Cidadão. Segundo os dados disponibilizados, um dos canais que mais receberam anúncios foi o Get Movies, destinado ao público infantil e com o conteúdo totalmente em russo.  Ao todo, dos 20 canais que mais veicularam a campanha sobre a reforma da Previdência, 14 são destinados ao público infantil ou juvenil, como o Kids Fun, Turma da Mônica e Planeta Gêmeas.  Ainda de acordo com a reportagem, outro site que recebeu verba da Secom para veicular as peças publicitárias foi o resultadosdobichotemporeal.com.br, que mostra os resultados do jogo ilegal. Sites conhecidos por propagar fake news, como o Sempre Questione, também foram beneficiados com verbas publicitárias do governo federal.  O canal do YouTube Terça Livre, do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, investigado na CPI das Fakenews, também teria recebido verbas oficiais para divulgar a campanha. Em depoimento à CPI em  novembro do ano passado, porém, o bogueiro afirmou “não receber nenhum centavo do governo". Em nota, a Secom informou que "a plataforma de anúncios do Google atua automaticamente a partir de parâmetros para a entrega do conteúdo publicitário aos públicos de interesse. As definições são abrangentes e não determinam com exatidão o local na internet em que o anúncio será veiculado. Porém, neste caso específico, buscou-se perfis reconhecidos pela ferramenta do Google que tenham afinidade para o tema “Previdência” e demais correlações de acordo com sintaxe para o tema da campanha".

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