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Walter Firmo visita ABI e inicia preparativos para exposição

Por Marcos Gomes


Walter Firmo Guimarães da Silva é um dos mais renomados fotojornalista brasileiro, conhecido por seu trabalho vibrante, poético e criativo. Nascido no bairro de Irajá, Rio de Janeiro em 1937, construiu uma carreira marcada por sua sensibilidade em capturar a alma do povo, especialmente a cultura afro-brasileira. Firmo visitou nesta terça-feira (28/1), a sede da ABI e percorreu o foyer do 9º andar onde será montada a exposição de seus trabalhos mais conhecidos e outras imagens que definem o seu estilo profissional.

Divulgação
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Firmo registrou Pixinguinha numa cadeira de balanço segurando seu saxofone, envolto por uma atmosfera bucólica e ao mesmo tempo majestosa, destacando sua importância como um ícone da música brasileira.


Artur Bispo do Rosário, interno na Colônia Juliano Moreira, foi revelado para o mundo pelas lentes de Walter Firmo, com destaque para as suas famosas obras com materiais reciclados. As fotos de Walter Firmo captaram a genialidade e a vulnerabilidade do artista em seu ambiente, trazendo um olhar humano e respeitoso à sua trajetória como criador e como paciente psiquiátrico.


Durante o encontro com o presidente da ABI, Octavio Costa, do Conselho Deliberativo, Marcos Gomes e da jornalista Eliane Benício, o fotojornalista Walter Firmo lembrou dos tempos do futebol de salão na quadra do clube Boqueirão, de sua admiração pelo escritor Lima Barreto e de colegas de redação como José Trajano, Franklin Campos, Aristélio Andrade, além do ex-presidente da ABI, Maurício Azedo que o incentivou a se filiar à Casa do Jornalista.


Após ganhar uma Rolleiflex de seu pai e realizar curso na Associação Brasileira de Arte Fotográfica, a ABAF, iniciou sua carreira como repórter fotográfico no jornal Última Hora em 1955, no Rio de Janeiro, depois de bater à porta do local para pedir uma chance. Em 1957, Walter Firmo serviu no 1º Regimento de Infantaria do Exército. Ali, conheceu o jornalista e futuro crítico musical Sérgio Cabral que, mais tarde, foi responsável por levar o fotógrafo para o meio do samba carioca. A primeira reportagem de Firmo como jornalista foi escrita em 1960, quando trabalhava no Jornal do Brasil.


No ano de 1964, Walter Firmo conquistou o Prêmio Esso de Reportagem, considerado a mais importante distinção conferida a profissionais de imprensa no Brasil, pela série de cinco reportagens intitulada: “Cem Dias na Amazônia de Ninguém”.


Em 1966, Walter Firmo começou a trabalhar na Editora Bloch, que publicava a revista Manchete. Como repórter da Editora Bloch, permaneceu por seis meses em Nova York, em 1967, onde conheceu o bairro do Harlem e se interessou pelo jazz. Em setembro, ao voltar para o Rio de Janeiro, fez a clássica foto de Pixinguinha na cadeira de balanço. A fotografia foi veiculada na edição de 4 de novembro 1967, na Manchete.


Além do Jornal do Brasil e da revista Veja, Firmo também atuou nos jornais Última Hora, revistas Realidade, Manchete, IstoÉ e Tênis Esporte.


Sua estética não só encanta, mas também valoriza os elementos visuais do Brasil, desde o Carnaval até as paisagens urbanas e rurais. Entre os temas recorrentes em sua obra estão a música (com registros icônicos de artistas como Cartola e Paulinho da Viola), as tradições religiosas como o candomblé, e as manifestações culturais de comunidades negras.


Walter Firmo também é um cronista visual do Brasil, abordando questões sociais e raciais em suas imagens. Seu trabalho vai além da fotografia documental, pois ele mistura realidade com lirismo, criando narrativas que exaltam as belezas e contradições do país.


Além de seu legado artístico, Firmo também se destaca como professor e mentor de novas gerações de fotógrafos, compartilhando sua visão e técnicas em workshops e palestras. Seu impacto no campo da fotografia é imenso, e ele é celebrado por contribuir para a valorização da identidade negra e da cultura popular brasileira.


*Marcos Gomes é jornalista e presidente do Conselho Deliberativo da ABI

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