Putin a Macron: Kiev deve cumprir exigências russas para haver diálogo
Atualizado: 7 de mar. de 2022
Durante sua conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente russo, Vladimir Putin discutiu a evolução das negociações entre Moscou e Kiev e manifestou a sua disponibilidade para prosseguir o diálogo de cumprimento das exigências russas, segundo informações do Kremlin.
"Vladimir Putin informou sobre o estado das negociações da delegação russa com representantes ucranianos. Foi expressa disponibilidade para continuar o diálogo se forem cumpridas incondicionalmente as conhecidas exigências russas", aponta comunicado.
Segundo observa o Kremlin, "o essencial é que o lado ucraniano leve a sério a obtenção de acordos cujo cumprimento é importante para a cessação dos combates".
O presidente russo Vladimir Putin informou o líder francês sobre uma provocação executada pelos radicais ucranianos perto da usina nuclear de Zaporozhie, informa assessoria de imprensa do Kremlin.
"No contexto das preocupações expressas por Emmanuel Macron sobre a manutenção da segurança das usinas nucleares no território da Ucrânia, Vladimir Putin informou em detalhe sobre a provocação executada por radicais ucranianos na área da usina nuclear de Zaporozhie com envolvimento de um grupo de sabotagem", lê-se no comunicado divulgado pelo Kremlin neste domingo (6) após uma conversa telefônica entre os presidentes.
Moscou garantiu que a segurança física da usina nuclear foi assegurada e que as forças russas e unidades de segurança ucranianas estão coordenando a proteção das instalações.
Zelensky pede apoio ao povo russo
O presidente da Ucrânia, Wolodymyr Zelensky, fez novo pronunciamento neste domingo (3), em que se dirigiu ao povo russo e pediu que eles se posicionem contra a guerra. “Ciadãos russos, essa não é só a luta pela paz na Ucrânia, mas pela riqueza que vocês tinham no seu país. Se ficarem calados, a miséria que vai falar por vocês no futuro. Não fiquem calados”, declarou o presidente. Ele voltou a afirmar que não se trata de uma operação militar nem é ocasional, mas uma invasão planejada. Segundo ele, os soldados russos capturados pelas forças ucranianas forneceram informações que reforçam essa tese. “Essas pessoas [do Exército russo] queriam acabar com nossas cidades. Tivemos acesso a documentos. Por isso que está ocorrendo essa atrocidade. Estão lançando bombas, artilharia, mísseis. Isso não é uma improvisação”, disse. Zelensky afirmou que os ataques da Rússia sobre o país estão violando regras internacionais. “Isso será um crime militar histórico”, destacou. No pronunciamento, o presidente ucraniano comentou que sua gestão está planejando medidas de estímulo econômico e de apoio à população com vistas à reconstrução do país. “Já sabemos como vamos reconstruir e reformar a nossa Ucrânia. Criamos fundos para este fim, um para infraestrutura, um para crédito e um de auxílio para negócios pequenos, além de vários programas que estamos criando”, informou.
Na Rússia, diversos atos vêm sendo promovidos contra a guerra. Mas o presidente Vladimir Putin tem endurecido. Os protestos têm sido duramente reprimidos. Nesta semana, aprovou uma nova lei censurando conteúdos críticos à guerra, com pena de prisão de até 15 anos.
O vídeo mostra a visão do aeroporto de Vinnytsia que foi atingido por oito foguetes durante um ataque aéreo russo em 6 de março, segundo o presidente Volodymyr Zelensky / Vídeo: Verkhovna/Radar da Ucrânia/Telegram
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