Aplicativos para indígenas orientam sobre queimadas
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Aplicativos para indígenas orientam sobre queimadas

Pandemia, incêndios sem controle e devastação. Os índios brasileiros enfrentam, além disso, a incapacidade do governo federal em cumprir sua obrigação constitucional de proteção aos povos da floresta. Abandonados à própria sorte, eles se organizam através de meios digitais para criar estratégias de sobrevivência às queimadas.

Reprodução
Ipam / Reprodução

O aplicativo "Alerta Clima Indígena", desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) com apoio do governo da Noruega, registra a média mensal de focos de calor e o risco de fogo para os dias seguintes. Também informa sobre o avanço do desmatamento dentro e no entorno de cada terra indígena.


A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), por sua vez, pretende lançar o "Cô" — água na língua do povo Timbira, família linguística Jêum. Trata-se de um aplicativo para mapear diariamente os focos de incêndios em terras indígenas da Amazônia, possibilitando gravar as queimadas em tempo real. Esses dados serão compilados por uma consultoria contratada, e usados pela rede de organizações e parceiros da Coiab para uma resposta rápida ao problema.


Kleber Karipuna, liderança da Coiab, explica que o aplicativo será leve, que os mapas baixados poderão ser usados offline e que as informações serão disponibilizadas assim que o usuário encontrar uma conexão de internet próxima, já que a oferta de banda larga dentro das terras indígenas é precária. Segundo ele, a plataforma será disponibilizada em setembro. Em cada mapa será representado o acumulado das queimadas detectadas desde o dia 1 de junho de 2020 (início da estação seca na Amazônia) até o dia anterior à liberação do mapa.


Plano de ação


Kleber Karipuna / Reprodução

O desenvolvimento do aplicativo é parte de um plano de ação elaborado pela Coiab, a partir da situação crítica dos incêndios em 2019. A rede de organizações indígenas quer atuar não só no combate aos incêndios, mas também na prevenção. Para isso, Kleber Karipuna conta que a Coiab pretende aumentar o diálogo institucional com diversos atores, realizar oficinas, cursos, apoiar a formação de brigadas contra os incêndios, usar as plataformas que estão sendo criadas para intercâmbio de informações, e captar apoio para os projetos.


Uma das preocupações principais, segundo ele, é com os povos isolados.


“Nosso cuidado com esses parentes é maior ainda porque eles sobrevivem única e exclusivamente da floresta. Ter a floresta — seu habitat de subsistência — queimada faz com que esses grupos saiam para se proteger e buscar alimentos e água, o que gera conflitos evitáveis”, destaca.


Embora não contem com o apoio do governo federal, os indígenas seguirão tentando o diálogo.


“Nossa esperança para construir algo conjunto é quase zero. Embora o governo esteja sentado com o lado que quer a destruição do meio ambiente, nós iremos tentar o diálogo mesmo assim. Iremos fazer as nossas ações de todo jeito. Na ausência do Estado, nós literalmente apagamos incêndio”, finaliza Kleber Karipuna.


*Com informações do e-Cycle.

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