Niterói será primeira cidade fluminense a testar vacina
top of page
banners dengue balde niteroi 728x90 29 2 24.jpg

Niterói será primeira cidade fluminense a testar vacina

Prefeitura assinou parceria com Fiocruz e Instituto Butantan para participar de estudo com até 900 profissionais de saúde

A Prefeitura de Niterói assinou nesta segunda-feira (27) uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, de São Paulo, para a realização de pesquisa e ensaio clínico fase 3, randomizado e controlado, para avaliação da eficácia e segurança da vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O estudo será realizado em profissionais da Saúde em duas unidades municipais: Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) e Policlínica Sérgio Arouca. A Secretaria Municipal de Saúde será responsável pelo recrutamento de entre 500 e 900 participantes, coleta de dados e amostras biológicas já em agosto.

Os voluntários passarão por entrevistas e avaliações médicas e, caso concordem com os termos do estudo, receberão duas doses da vacina, com 14 dias de intervalo, e serão monitorados pelos pesquisadores por um ano para análise dos resultados sobre a eficácia da vacina e também sobre a existência ou não de possíveis reações adversas.

O prefeito Rodrigo Neves assinou o termo de anuência para a realização dos testes em Niterói, ressaltando o orgulho para a cidade em participar desse esforço da comunidade científica para a descoberta de uma vacina eficaz e segura contra a Covid-19.

“Todas as medidas que a Prefeitura de Niterói adotou no combate ao novo coronavírus e também no Plano de Transição Gradual para o Novo Normal são baseadas na ciência e nas melhores experiências internacionais desta batalha pela vida contra esse inimigo invisível que infelizmente já tirou a vida de milhares de brasileiros. Eu gostaria de agradecer e parabenizar a Fiocruz, o Instituto Butantan e o governo do estado de São Paulo e desejar êxito na fase 3 da pesquisa. Temos muita esperança de que todos os esforços que a comunidade científica internacional e brasileira serão bem-sucedidos para a descoberta, o mais rápido possível, de uma vacina que seja capaz de imunizar contra a Covid-19”, afirmou o prefeito.

O pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz André Siqueira disse que Niterói está se destacando nacional e internacionalmente nas ações de prevenção e combate à pandemia. Ele explicou como será feito o estudo clínico em que será avaliada a efetividade da vacina contra o novo coronavírus.

“O estudo segue procedimentos éticos e metodológicos bastante rigorosos para avaliar se a vacina funciona de fato, se previne a infecção e adoecimento pela Covid-19. Este é um estudo de fase 3, que quer dizer que já se passaram duas fases iniciais, e que mostraram que a vacina é segura, não causou eventos adversos graves em quem tomou. Ela produziu anticorpos efetivos contra o novo coronavírus”, pontou.

De acordo com o especialista, na fase três a testagem será expandida para um número maior de participantes. Com isso, além de dosar os anticorpos contra o novo coronavírus, se quer assegurar se a vacina protege, de fato, contra a infecção. Para isso, serão entre 500 e 900 pessoas testadas em Niterói.

“Outras cidades do Brasil também estão envolvidas no estudo. A prioridade é aplicar em profissionais de saúde, que estão sendo mais expostos. Para as pessoas voluntárias que têm interesse em participar do estudo, vai haver um link, tanto na página do Instituto Butantan, da Fiocruz e da Secretaria de Saúde de Niterói, para que possam se inscrever. Também será disponibilizado, a partir da semana que vem, um telefone. Eles serão convidados a irem ao centro de pesquisa, serão avaliados pela equipe médica e de enfermagem e farão uma série de exames. Consentindo e aceitando participar do estudo, serão feitas duas doses vacina: uma no primeiro dia e outra 14 dias depois. Todos serão acompanhados com exames regulares pelo período de um ano. No fim deste período teremos a avaliação se a vacina de fato funciona, como a gente prevê que ela possa funcionar, pelos resultados apresentados nas fases anteriores”.

Siqueira enfatizou também que existe toda uma regulamentação, uma legislação de pesquisa clínica, para assegurar todos os direitos e a segurança dos participantes.

“É importante ressaltar que são voluntários que estão contribuindo para o avanço do conhecimento científico, para o desenvolvimento de uma ferramenta que possa ser aplicada ao público de uma forma mais ampla. Estamos sempre dispostos a esclarecer qualquer dúvida, sempre ressaltando o nosso agradecimento a parceria com a Prefeitura de Niterói. Avançamos melhor quando une a ciência com a gestão do serviço público. Com isso, conseguimos, de fato, conseguimos atingir melhor o nosso objetivo, que é fornecer insumos para melhorar a vida da população”, frisou.

O secretário de Saúde, Rodrigo Oliveira, informa que a Secretaria dará todo o apoio para a pesquisa e que acredita que em bons resultados.

“Essa parceria com a Fiocruz e o Butantan é um passo muito importante nesta epidemia. Niterói sempre esteve à frente nas medidas de combate ao coronavírus e foi escolhida como polo para pesquisa da vacina contra a Covid-19. Estamos confiantes de que teremos um bom resultado neste trabalho”, afirma o secretário.

A subsecretária de Saúde de Niterói, Camilla Franco, também participou da assinatura do termo de anuência para realização dos testes.

Mais informações - A vacina é produzida com fragmentos “desativados” do novo coronavírus para inoculação em humanos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19. O acordo prevê fornecimento de doses até junho de 2021, caso a imunização se prove eficaz e segura.

A vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório Sinovac Biotech é uma das mais promissoras do mundo, porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. Por isso, o Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente.

O laboratório com sede em Pequim já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.

Na fase 1, foram 100 voluntários com testes preliminares feitos na China, em adultos que foram monitorados de perto. Na fase 2, foram 600 voluntários. Os testes também foram realizados na China, em voluntários escolhidos de forma aleatória. Esta etapa testa a segurança detalhada da vacina. Na Fase 3, serão 9 mil voluntários em várias regiões do Brasil. A testagem será coordenada pelo Instituto Butantan e vai verificar a eficácia, segurança e imunogenicidade nas diferentes populações.

Caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial tanto na China como no Brasil para fornecimento gratuito ao SUS (Sistema Único de Saúde). Os passos seguintes serão o registro do produto pela Anvisa e fornecimento da vacina em todo o Brasil.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), há cerca de 136 vacinas contra o novo coronavírus em estudo em todo o mundo, mas somente dez estão na fase de ensaio clínico, que permite testagem em humanos. A vacina da Sinovac é baseada na manipulação em laboratório de células humanas infectadas com o novo coronavírus.

É o mesmo princípio usado em outras vacinas globalmente bem-sucedidas, como as do sarampo e poliomielite. O Butantan é o principal produtor de soros e vacinas do Brasil e possui expertise reconhecida em todo o mundo em tecnologias de imunização.

Chamada Sons da Rússia5.jpg
banners dengue balde niteroi 300x250 29 2 24.jpg
Divulgação venda livro darcy.png
bottom of page