Niterói vai à greve com tudo
Com exceção dos rodoviários, que decidiram seguir um calendário próprio de paralisação, os trabalhadores de Niterói e municípios vizinhos do Leste fluminense marcham praticamente unidos em direção à greve geral convocada pelas principais centrais sindicais para hoje. Os principais sindicatos da região decidiram aderir à greve e apostam no sucesso do movimento paredista, levantado contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo Temer.
Estratégico para impedir a chegada ao trabalho daqueles que não atenderem ao chamamento grevista, o setor de transporte está dividido em Niterói. Ao contrário do Rio, onde rodoviários, metroviários e ferroviários aderiram à paralisação, aqui as barcas permanecerão nas primeiras horas da manhã presas às pontes e flutuantes com suas amarras, pois marinheiros e mestres-arrais anunciaram total adesão à greve, enquanto os rodoviários prometem colocar os coletivos em movimento. Isso se os piquetes deixarem, pois agora todas as lideranças grevistas miram suas estratégias de luta nas linhas de ônibus.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, que congrega os trabalhadores da principal atividade industrial do município – os estaleiros navais –, está confiante de que todos os trabalhadores do setor cruzarão os braços. Uma das principais lideranças sindicais da região, Edson Rocha ainda tem esperança de que os rodoviários também se alinhem com eles. “Espero que cumpram o que determinaram em assembleia e também paralisem as atividades”, afirmou. Ele acredita que a oposição à atual diretoria do Sindicatos dos Rodoviários vai “rachar a categoria no meio” e forçar a paralisação deles também.
“Um sindicato que não se preocupa com as perdas que os trabalhadores irão ter com essas reformas mentirosas que estão aí, me perdoe, mas não é sindicato. Não está se preocupando nem com a própria sobrevivência dele como sindicato”, enfatizou Edson Rocha.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto, Sérgio Araújo, que ontem estava em Brasília participando a articulação nacional do movimento, acredita no sucesso da greve. “O povo precisa dar respaldo a esse ato, indo para a rua. Eu não elegi nenhum presidente para fazer reforma previdenciária sem consultar o povo e os trabalhadores. Estou indignado. Tenho certeza de que o governo e o Congresso terão uma surpresa. O povo, que está com a corda no pescoço, vai dar a resposta no dia 28 a esse governo”.
Caberá ao sindicato de Araújo, que há meses está mobilizado para tentar impedir a privatização da Cedae, conforme proposta do governador Luiz Fernando Pezão, puxar a manifestação dos trabalhadores que atravessarão a Baía de Guanabara no final da manhã e início da tarde, durante uma janela que será aberta pelos marítimos em que as barcas circularão para levar os manifestantes para o ato que acontecerá no Centro do Rio de Janeiro. Eles conduzirão os trabalhadores que irão se concentrar em frente à Assembleia Legislativa, na Rua 1º de Março, até a Cinelândia.
As barcas estarão funcionando apenas, na linha Praça Arariboia-Praça XV, apenas entre 11 e 15 horas. O serviço será interrompido durante o período de realização do ato na Cinelândia e voltará a operar ao final da manifestação, a fim de levar os manifestantes de volta a Niterói. Outras categorias importantes da região de Niterói que já se decidiram pela greve são bancários, vigilantes, professores públicos, servidores da UFF, trabalhadores da construção civil, funcionários da CLIN, entre outras.
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