Bolsonaro é a cara da fome do Brasil
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Bolsonaro é a cara da fome do Brasil

Atualizado: 30 de set. de 2021


Não se trata somente de números da fome e da miséria que voltaram a imolar o corpo e a alma de milhões de brasileiros. A edição desta quarta-feira (29) do jornal Extra é o retrato fiel do novo Brasil, prometido na campanha de 2018 “em nome de Deus”. Mostra o desespero de famílias, disputando ossos e pelancas na carroceria de um caminhão baú como nunca antes visto, diante do sentimento de compaixão dos donos da carga recolhida semanalmente de açougues e supermercados da cidade do Rio de Janeiro, antes de virar ração para cachorro ou barra de sabão.

“Tem dias que chego aqui e tenho vontade de chorar. Um país tão rico não pode estar assim. Antes, as pessoas passavam aqui e pediam um pedaço de osso, para dar para os cachorros. Hoje, elas imploram por um pouco de ossada para fazer comida. O meu coração dói”, diz José Divino Santos, o motorista do caminhão dos ossos, sem conter as lágrimas.

O depoimento de Vanessa Avelino de Souza, de 48 anos, desempregada que mora nas ruas da cidade e frequenta a fila do desespero, é pungente. Com paciência, separa pelanca por pelanca, osso por osso em busca de algo melhor para pôr na sacola.

“A gente limpa e separa o resto de carne. Com o osso, fazemos sopa, colocamos no arroz, no feijão... Depois de fritar, guardamos a gordura e usamos para fazer a comida', conta Vanessa, de 48 anos, que lamenta não conviver com os cinco filhos. “Não tenho como cuidar deles. Por isso, eles são criados pela minha mãe. Não temos quase nada. O que temos é de doações. Lá, pelo menos, eles têm um pouco de dignidade'".

Diante do desemprego, que já atinge 14,4 milhões de brasileiros, e da disparada do preço dos alimentos e da inflação, que chegou a dois dígitos (10,05%) no acumulado em 12 meses, a busca entre os ossos tornou-se, para famílias inteiras, a última esperança de encontrar um pedaço de carne para matar a fome, neste caso, toda terça e quinta pela manhã, na Glória, bairro da Zona Central do Rio.

Das 14,7 milhões de famílias que passam fome no Brasil, pelo menos dois milhões caíram na pobreza extrema entre janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, e junho deste ano. Na prática, desde 2012 quando o Ministério da Cidadania começou a divulgar os dados, o Brasil nunca teve tantas pessoas na extrema pobreza. E há ainda outras 2,8 milhões que entraram na pobreza, ou seja, famílias com renda per capita mensal entre R$ 90 e R$ 178 - isso, também, na gestão Jair Messias Bolsonaro.

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