Cedae aguarda testes para normalizar abastecimento de água
Apesar de o Governo do Estado ter previsto que o sistema Imunana-Laranjal seria religado ontem à noite (quinta-feira, 4/4), a normalização do fornecimento de água para mais de 2 milhões de habitantes de quatro municípios e da Ilha de Paquetá ainda depende de testes de potabilidade que estão sendo feitos na manhã desta sexta (5/3). A expectativa é de que o sistema seja religado nesta sexta (5/4).
A Ceade está monitorando a situação em tempo real e aguarda o resultado das últimas análises feitas pelo Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental (Libra), operado pela companhia, que deverão ser divulgados nas próximas horas. Mesmo que os testes apontem que a água já está livre do tolueno e pode ser captada normalmente, após a reativação do sistema ainda deverá demorar algum tempo para que volte às torneiras dos consumidores.
As medições de ontem à noite (quinta, 4/4) apontaram que o tolueno, substância química que foi detectada nos mananciais de captação, já estava menos intenso, mas ainda presente e comprometendo o padrão de normalidade. A Cedae e o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) afirmaram que não há risco de a substância chegar às residências, "porque a captação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano".
Enquanto isso, uma operação foi realizada esta manhã para abastecer unidades de saúde de São Gonçalo e Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. Um comboio com 10 caminhões-pipa passou pela Ponte Rio-Niterói em direção às cidades por volta das 6h30. A concessionária Águas do Rio precisou fazer contato com a Polícia Rodoviária Federal para viabilizar a operação, já que a BR-101 é uma rodovia federal. No caso de Paquetá, a água está sendo levada em balsas.
Os consumidores de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e Paquetá estão sem água há mais de 48 horas. Moradores de Niterói denunciaram cobranças abusivas no valor de caminhão-pipa. Segundo eles, o valor chega a R$ 1,5 mil. No início da semana, o mesmo caminhão custava cerca de R$ 400.
Nos supermercados da cidade, a procura por água mineral engarrafada aumentou consideravelmente e em algumas lojas o produto desapareceu das prateleiras. Condomínios, empresas e prédios públicos também estão alertando os frequentadores para que tenham cuidado no uso da água. Alguns locais já estão considerando a possibilidade de racionamento. As escolas, por sua vez, suspenderam as aulas até que a situação volte ao normal.
Diante do problema, a Prefeitura de Niterói divulgou um comunicado pedindo que os moradores do município economizem água até que o fornecimento seja normalizado.
"O abastecimento de água da cidade continua suspenso, devido à paralisação do Sistema Imunana-Laranjal, operado pela Cedae, e não tem previsão de retorno. Por isso, pedimos à população que economize água até que o abastecimento seja normalizado", diz o comunicado da prefeitura.
O que diz a Águas de Niterói
Bernardo Gonçalves, diretor da Águas de Niterói, responsável pela distribuição, disse que a empresa e a Prefeitura estão tomando providências para minimizar os impactos da falta de água. Segundo ele, 40 caminhões-pipa estão abastecendo alguns pontos da cidade, priorizando hospitais e escolas.
Em nota, a concessionária informou que o abastecimento continua suspenso e sem previsão de retorno. A empresa reforçou que os clientes devem economizar.
"A concessionária esclarece que não há nenhum risco de a população da cidade ter recebido água imprópria para consumo. A Cedae interrompeu o sistema antes da captação da água ser contaminada e garante que a operação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para o consumo humano. Antes de chegar às residências, a água distribuída pela concessionária passa por rigorosos testes, que comprovam o atendimento a todos os parâmetros de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde"
"Águas de Niterói segue acompanhando o processo de restabelecimento do sistema, incluindo as análises da água, controlando os reservatórios da cidade, e enviando comunicações aos clientes. Águas de Niterói está com 30 caminhões-pipa abastecendo os locais que prestam serviços essenciais".
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