Chefe do Incra que desrespeitava regras morre de Covid

O superintendente do Incra, no Rio Grande do Sul, com o presidente Jair Bolsonaro (Reprodução)

Líder ruralista e superintendente do Incra no Rio Grande do Sul denunciado por desrespeitar as normas sanitárias de prevenção ao coronavírus e de colocar a vida de servidores em risco, Tarso Teixeira morreu na madrugada desta segunda-feira (4) devido a complicações decorrentes da Covid-19. Ele tinha 69 anos e estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre.

No início de dezembro, Tarso havia sido denunciado ao Ministério Público do Trabalho e à Ouvidoria do Incra pela Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra (Cnasi), sendo acusado de desrespeitar as normas sanitárias, não usar máscara e não adotar os cuidados necessários no ambiente de trabalho, além de pressionar os servidores do instituto a retornarem ao trabalho presencial sem a segurança devida.

De acordo com relato da Cnasi, a morte do superintendente têm relação com a volta do trabalho presencial sem as devidas precauções e soma-se a outros 13 óbitos de funcionários do instituto. "Não existe tratamento e nem vacina sendo aplicada no Brasil e os servidores estão sendo obrigados a trabalhar presencialmente. São cerca de três mil servidores no Incra, muitos fazem parte do grupo de risco", disse Reginaldo Marcos Aguiar, diretor da Cnasi, citado pela Folha de S.Paulo

Tarso Teixeira era médico veterinário e defensor dos produtores rurais e do agronegócio. Ele foi presidente do Sindicato Rural de São Gabriel de 2003 a 2019, e desde 2006 era um dos vice-presidentes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lamentou a morte em suas redes sociais, afirmando que Teixeira estava fazendo um bom trabalho no Incra..