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Declaração do BRICS avança em agenda industrial sustentável



A 9ª Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS, realizada em Brasília nesta quarta-feira (21/5), marcou um novo capítulo na cooperação do grupo, com a aprovação de uma ambiciosa Declaração Conjunta que reforça o compromisso com uma governança global mais inclusiva e sustentável. Sob a presidência brasileira, a aprovação da declaração reafirma o papel estratégico do BRICS como motor de uma ordem internacional mais equilibrada.


Os ministros destacaram a inovação e a digitalização industrial como alavancas para o desenvolvimento sustentável, geração de empregos, segurança alimentar e energética, e combate à mudança do clima. A Indústria 4.0 foi apontada como ferramenta essencial para transformação produtiva, especialmente entre pequenas e médias empresas (PMEs), peças-chave nas economias dos países do BRICS.


Um dos principais resultados da reunião foi o reconhecimento oficial do Centro BRICS para Competências Industriais (BCIC), lançado em abril de 2025 em parceria com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O centro visa impulsionar a capacitação em Indústria 4.0, promovendo produtividade e parcerias entre os países. Os ministros incentivaram a adesão à iniciativa, destacando o recente Centro da China para Competências Industriais (CCBIC). Outro destaque foi o Centro de Inovação PartNIR do BRICS (BPIC), que nos últimos cinco anos organizou fóruns, concursos de inovação e programas de treinamento, agora ampliados com bolsas de estudo para qualificação técnica e intercâmbio entre profissionais do grupo.


A cooperação em tecnologia ganhou novo impulso com o Hub de Conhecimento de Startups do BRICS, lançado em janeiro como parte do Fórum de Startups do grupo, e com o Fórum de Alto Nível sobre Inteligência Artificial, realizado em Brasília sob coorganização da China. Na governança industrial, foram aprovados os termos de referência de Grupos de Trabalho sobre Manufatura Inteligente e Robótica, Transformação Digital da Indústria e PMEs, além da criação da iniciativa PartNIR Sovereign AI para Industrialização Digital, que visa fortalecer a cooperação em inteligência artificial soberana e digitalização.


Na agenda ambiental, a declaração enfatizou o compromisso com o desenvolvimento industrial verde, eficiência energética e economia circular, desde o ecodesign até o consumo responsável. O BRICS reforçou seu papel na promoção de cadeias de suprimentos resilientes e inclusivas, alinhando crescimento econômico e sustentabilidade.


"O trabalho conjunto que realizamos no âmbito da parceria mostra que o BRICS é capaz de articular uma agenda industrial robusta, moderna e orientada para o futuro. Temos não apenas o potencial, mas também a responsabilidade de transformar essas prioridades em ações concretas, em benefício de nossas economias e da comunidade internacional".


Geraldo Alckmin, vice-presidente da República do Brasil e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ressaltou o simbolismo da ampliação do BRICS, que agora agrega nações representativas do Sul Global. "Isso simboliza não apenas a nossa abrangência geográfica, populacional e econômica, mas, sobretudo, nossa vocação para contribuir com propostas concretas para uma nova era de desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica e prosperidade compartilhada. Juntos, representamos quase metade da população mundial, 39% do PIB global em paridade de poder de compra e 24% do comércio internacional".


Alckmin reforçou que sob a presidência do presidente Lula, o Brasil assume o compromisso de promover soluções práticas e coordenadas entre os países, especialmente nas agendas industrial, tecnológica e produtiva. "O trabalho conjunto que realizamos no âmbito da parceria mostra que o BRICS é capaz de articular uma agenda industrial robusta, moderna e orientada para o futuro. Temos não apenas o potencial, mas também a responsabilidade de transformar essas prioridades em ações concretas, em benefício de nossas economias e da comunidade internacional", declarou. O ministro ainda defendeu uma "inteligência artificial soberana", adaptada às realidades linguísticas e culturais do grupo, e destacou o potencial da bioeconomia e da química verde para uma reindustrialização sustentável.


Plano de Ação 2025–2030 para PMEs

As pequenas e médias empresas tiveram atenção especial, com a celebração do Plano de Ação 2025–2030 para PMEs, primeiro do gênero no BRICS, e o relatório "Transformação Digital na Era da Inteligência Artificial", que orienta políticas de capacitação. Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), destacou que as PMEs representam 90% das empresas e mais de 50% dos empregos no grupo, sendo "a espinha dorsal do dinamismo produtivo".


França saudou a iniciativa de que, pela primeira vez, o BRICS tem um grupo de trabalho dedicado exclusivamente às micro e pequenas e médias empresas. "A iniciativa lançada oficialmente pela presidência russa no ano passado e agora, sob a condução do Brasil, ganha forma concreta e institucional. Seu papel central é para o crescimento econômico, a geração de renda e a promoção de inovações nos mais diversos setores. A criação desse grupo de trabalho no âmbito da parceria da nova revolução industrial, é um marco estratégico que nos permitirá ampliar o intercâmbio de experiências em torno da economia global", afirmou.


Com a Declaração Conjunta, o BRICS consolida uma agenda industrial baseada em inovação, sustentabilidade e inclusão, traduzida em iniciativas concretas como centros de competência, hubs de startups e planos de ação setoriais. A reunião reafirmou o compromisso do agrupamento de países com um modelo de desenvolvimento que prioriza justiça social, uso responsável de recursos naturais e solidariedade entre nações em desenvolvimento, posicionando o Brasil como articulador central dessa visão de futuro compartilhado.


Durante as discussões sobre o futuro da indústria e da transformação digital, representantes de diversas nações ressaltaram a importância crescente da inovação tecnológica, da sustentabilidade e do fortalecimento das pequenas e médias empresas (PMEs) como motores do desenvolvimento econômico global.


Um dos pontos centrais foi o avanço expressivo na instalação de robôs industriais, com alguns países respondendo por metade das unidades implantadas no mundo nos últimos dois anos. Esse movimento reflete uma aceleração na automação e digitalização da indústria, acompanhada por taxas elevadas de crescimento anual entre micro e pequenas empresas, impulsionadas por políticas de incentivo e modernização produtiva.


A digitalização, aliada à inteligência artificial, foi apontada como vetor de transformação econômica, sobretudo em nações que priorizam o combate à mudança do clima por meio da tecnologia. A cooperação entre países do Sul Global também foi valorizada como instrumento para fortalecer economias emergentes e promover uma industrialização mais inclusiva.


Houve ainda destaque para a necessidade de transformar o setor de manufatura, especialmente em regiões onde ele se conecta diretamente com a agricultura, contribuindo para geração de emprego e renda e para a estabilidade econômica local. A interligação entre esses setores é vista como estratégica para alavancar o desenvolvimento.


As PMEs também foram citadas como componentes essenciais da economia, respondendo por uma parcela significativa do PIB e da geração de empregos em vários países. Para expandir esse setor de forma sustentável, há esforços voltados ao desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono e à consolidação de mercados promissores, como o da inteligência artificial — apontado como o de maior crescimento no cenário global.

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