Deputado preso já foi 'premiado' com decisão do STF
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Deputado preso já foi 'premiado' com decisão do STF


No palanque eleitoral, os então candidatos Daniel Silveira (à esquerda), Rodrigo Amorim e Wilson Witzel (Reprodução)

Ao ser preso pela Polícia Federal na noite desta terça-feira, o deputado Daniel Silveira ainda ganhou tempo para gravar um vídeo e publicou em sua conta no Twitter com novas provocações e ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e no qual recorda que "eu já fui preso mais de 90 dias na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro". De fato, segundo uma reportagem publicada pelo site The Intercept Brasil em agosto do ano passado, o ex-PM passou não 90 mas 80 dias preso no quartel entre os anos de 2013 e 2017.

O que o deputado não disse no vídeo é como ele foi "premiado" por uma decisão desse mesmo STF, em 2014, quando o ministro Marco Aurélio Mello devolveu uma ação ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde ela acabou rejeitada e arquivada, garantindo desta forma o seu ingresso na corporação militar fluminense.

Antes de ser expulso da Polícia Militar em 4 de outubro de 2018, segundo o Intercept, o soldado Silveira travou uma longa luta no judiciário para permanecer na farda. Em 2012, ele foi pego no processo de seleção devido a um registro de prisão por suspeita de venda de anabolizantes em academias em Petrópolis, sua cidade natal, na Região Serrano do Rio. A investigação na delegacia foi arquivada, mas o processo para impedir sua permanência na PM se arrastou no Supremo até ser devolvido ao TJ-RJ pelo ministro Marco Aurélio.

Com uma carreira conturbada e problemática, com acúmulo de punições disciplinares inclusive por uso de atestados médicos falsos que visavam postergar sua permanência na corporação e impedir sua inelegibilidade, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, o então soldado Silveira teve seus primeiros e decisivos minutos de fama no mesmo dia em que o Boletim Interno da Polícia Militar trazia a sua expulsão dos quadros de policiais do Rio de Janeiro.

Naquele mesmo 4 de outubro de 2018, o já então candidato a deputado federal pelo PSL saiu do anonimato ao exibir como troféu pedaços de uma placa feita em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada sete meses antes no Centro do Rio. Os vídeos e fotos viralizaram e colocaram o ex-soldado na linha de frente dos candidatos bolsonaristas ao Congresso.

O "mau comportamento" de Silveira na vida militar já havia sido detalhado oito meses antes no Boletim Interno da PM.

“Em virtude de numerosas transgressões disciplinares cometidas ao longo de 2013 e 2017, por atrasos e faltas aos serviços”, além de 26 dias de prisão e 54 dias de detenção, “o soldado acumulou em seu histórico 60 sanções disciplinares, 14 repreensões e duas advertências”, relatou a PM no boletim.

Grande parte das punições se deve também a gravação e postagem de vídeos ofensivos durante ações em serviço. Foram esses vídeos que lhe deram as primeiras audiências nas redes sociais, somadas ao momento "glorioso" no palanque, erguendo a placa de Marielle como troféu, ao lado dos também candidatos Wilson Witzel, hoje afastado do cargo de governador sob suspeita de corrupção, e Rodrigo Amorim (bolsonarista eleito deputado estadual pelo PSL-RJ).

Aliado do clã Bolsonaro, em especial do filho 01, Flávio, acusado pelo Ministério Público por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro no processo das rachadinhas, o deputado Daniel Silveira tem atuação pífia, quando não está vociferando contra os críticos do governo no plenário da Câmara. Em agosto do ano passado, ele divulgou uma Emenda Constitucional para que o Rio de Janeiro divida as funções de capital do país com Brasília.

Nos inquéritos que responde no STF, sob responsabilidade do ministro Alexandre Moraes, ele é investigado por usar as redes sociais para espalhar fakenews e também de financiar atos antidemocráticos contra a suprema Corte e o Congresso. Em sua última publicação, que lhe custou a prisão, ele não poupa nem mesmo o ministro Marco Aurélio de Mello, que lhe deu um "prêmio" ao devolver ao TJ-RJ a ação que o poderia ter impedido de ingressar na Polícia Militar.


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