Especial: Patrimônio histórico do BRICS em museus ao redor do mundo
- Mehane Albuquerque
- há 1 dia
- 14 min de leitura
Por Uliana Savoskina, Svetlana Petrova e Kristina Frank, TV BRICS
Enquanto no cenário internacional discute-se a formação de uma nova ordem mundial, uma discussão paralela, mas igualmente importante, ressoa no plano de fundo: o direito de ter autonomia sobre a própria história. Os países do BRICS possuem um patrimônio cultural riquíssimo, parte do qual hoje está guardado fora de suas fronteiras. Muitos artefatos foram retirados durante o período colonial, perdidos pelos países de origem em guerras ou trocas diplomáticas, e agora fazem parte de acervos estrangeiros.

Neste ano, a questão do retorno do patrimônio cultural ganhou novo impulso. Na declaração da cúpula do BRICS de 2025, os líderes afirmaram:
"Ressaltamos a importância do retorno de bens e patrimônios culturais aos seus países de origem e seu potencial para reconstruir as relações internacionais em bases não hierárquicas e cooperativas e reconhecemos a necessidade de um enquadramento internacional mais robusto sobre o assunto; como um caminho para promover a coesão social, a justiça cultural e histórica, a reconciliação e a memória coletiva".
Mas o que há por trás dessas palavras? Quais artefatos hoje se tornam símbolos do diálogo pacífico, baseado nos princípios da igualdade soberana, da cooperação e do consenso?
Tigre de Mysore ou Leão de Mysore
Desde que a Índia conquistou sua independência em 1947, já se passaram mais de 70 anos, mas a questão da devolução dos tesouros nacionais retirados durante o período colonial permanece em aberto. Durante décadas, políticos indianos, líderes sociais e religiosos vêm instando o Reino Unido a devolver os bens culturais que estão em museus britânicos e coleções privadas. O Tigre de Tipu ocupa um lugar especial na lista de objetos que a Índia deseja recuperar. Não se trata apenas de uma obra de arte, mas de um artefato histórico importante que simboliza a resistência dos governantes indianos contra a expansão britânica.

Tigre de Mysore ou Leão de Mysore — esse era o apelido de Tipu Sultan, um governante do principado indiano de Mysore (sul da Índia) entre 1782 e 1799. Ele entrou para a história da Índia como um herói nacional que liderou a resistência contra os colonizadores britânicos durante as guerras anglo-mysore. Seu principado foi o último a se submeter à coroa britânica. O tigre, símbolo de força e luta implacável, tornou-se o emblema pessoal do sultão.
Essa imagem estava presente em seu brasão, armaduras, armas e moedas, além de decorar as paredes do palácio e o trono do regente. Contudo, a forma mais famosa dessa representação foi uma criação encomendada pelo sultão: um brinquedo mecânico de madeira — o Tigre de Tipu. A figura do tigre atacando um soldado britânico tinha quase proporções reais, com um órgão primitivo de 18 notas ao lado, e dentro dela havia um mecanismo complexo que permitia ao tigre rugir, enquanto o soldado gritava e movia o braço.
Soldados ingleses encontraram a fera mecânica na sala de música do palácio de Tipu Sultan em 4 de maio de 1799, após a captura do principado de Mysore. O governador-geral, Lord Mornington, enviou o tigre de madeira para o Reino Unido. Por um tempo, o autômato foi exibido para o público na sala de leitura da biblioteca da Companhia das Índias Orientais e, em 1880, foi transferido para o Museu Victoria and Albert, em Londres. E é lá que ele permanece até hoje, fazendo parte da exposição permanente "Cortes Imperiais do Sul da Índia".
O Reino Unido rejeita os pedidos de repatriação, referindo-se a normas jurídicas que garantem a aquisição legítima desses objetos. No entanto, na Índia, esses argumentos são vistos com ceticismo, pois muitos artefatos foram retirados durante a época colonial em condições de relações desiguais. Ainda assim, algumas iniciativas foram bem-sucedidas. Por exemplo, em 2022, graças a um acordo entre a missão diplomática indiana no Reino Unido e os museus de Glasgow, sete itens históricos foram devolvidos à Índia. Seis artefatos, incluindo relevos de pedra do século XIV e uma moldura de porta do século XI, foram retirados no século XIX de templos hindus. O sétimo item, uma espada talwar, foi roubado em 1905 da coleção do governante de Hyderabad, Asaf Jah VI, pelo seu primeiro-ministro, que depois a vendeu a um general britânico.
Koh-i-Noor — o diamante do deus hindu na coroa britânica
Desde 1937, o Koh-i-Noor ocupa lugar de destaque na coroa da rainha Elizabeth II e está guardado na Torre de Londres. A história de um dos diamantes mais famosos do mundo está rodeada por mistérios. Ainda não se sabe seu peso original nem mesmo a data exata de sua descoberta. Acredita-se que o Koh-i-Noor foi encontrado no século XIV, no sul da Índia, nas minas de Golconda. As lendas atribuem sua posse a heróis míticos e deuses, e a pedra é mencionada no famoso épico indiano "Mahabharata".

Segundo uma das tradições, o primeiro dono do Koh-i-Noor foi Karna, filho do deus do Sol. A crença dizia: "Aquele que possuir este diamante governará o mundo inteiro, mas também conhecerá a tristeza do mundo. Somente Deus ou uma mulher podem usar o diamante impunemente."
A lenda sombria não impediu os dirigentes de desejarem possuir a pedra, que várias vezes passou a fazer parte dos bens saqueados ou troféus de guerra. Inicialmente, o diamante ficou sob o domínio do Sultanato de Délhi, depois integrou o tesouro do Império Mogol. A pedra enfeitava o turbante de Shah Jahan — o famoso governante que ordenou a construção do Taj Mahal — e mais tarde tornou-se o elemento central do luxuoso Trono do Pavão, usado pelos imperadores.
No século XVIII, após a invasão da Índia pelo governante persa Nader Xá, o diamante foi levado para a Pérsia. Foi nesse período que ganhou seu nome atual — Koh-i-Noor, que em persa significa "montanha de luz". No início do século XIX, o diamante esteve sob o domínio do emir afegão Shuja Shah Durrani, e depois passou para o governante Marajá Ranjit Singh como compensação por apoio militar. Um ponto decisivo na história do Koh-i-Noor ocorreu em 1849, quando, após a anexação do Punjab pela Companhia Britânica das Índias Orientais, o diamante foi oficialmente entregue à rainha Vitória, conforme a Resolução de Lahore.
A rainha usou-o como broche. Em 1851, o diamante foi exibido na Exposição Universal em Londres, mas seu formato oval antiquado, típico da era dos Grandes Mogóis, não impressionou o público. Então, a rainha decidiu dar-lhe mais brilho e enviou-o para lapidação em Amsterdã. Com isso, seu peso diminuiu de 191 para 108,9 quilates.
O diamante está exposto na Casa das Joias da Torre de Londres e continua atraindo a atenção de quem deseja ver esse lendário artefato. Por mais de um século, disputas sobre a posse de um dos diamantes mais misteriosos e famosos do mundo continuam. A Índia insiste na devolução, baseando-se na origem histórica da pedra. O Paquistão reivindica direitos como sucessor do Punjab. O Irã lembra o período em que o diamante esteve sob o domínio dos xás persas.
O Afeganistão também apresenta reivindicações, com base na posse do diamante pelo emir Shuja Shah. Em 2016, o governo indiano declarou que não pretende fazer um pedido oficial para a devolução do Koh-i-Noor, mas organizações da sociedade civil e ativistas continuam levantando essa questão em várias instâncias internacionais, incluindo a ONU e a Unesco.
Pedra de Roseta — a chave para os segredos do Antigo Egito
Sem a decifração da Pedra de Roseta, a história da civilização egípcia antiga provavelmente continuaria um mistério para os estudiosos. No entanto, em 1822, o orientalista francês e fundador da egiptologia Jean-François Champollion fez uma descoberta crucial ao ler a inscrição na pedra, abrindo para a humanidade o caminho para entender essa antiga cultura. A Pedra de Roseta, criada pelos sacerdotes egípcios em 196 a.C. em homenagem ao faraó Ptolomeu V Epifânio, é um fragmento bem preservado de uma estela de templo.

Em outras palavras, trata-se de uma laje monolítica de basalto negro com três textos gravados que têm o mesmo significado. Dois desses textos foram escritos em línguas egípcias: um em hieróglifos egípcios; outro em escrita demótica, uma forma mais tardia e simplificada da escrita egípcia. O terceiro texto está escrito em grego antigo.
A pedra que se tornou a ferramenta decisiva para a decifração da escrita dos faraós foi descoberta em 1799 na cidade de Roseta, durante a campanha egípcia de Napoleão. Após a rendição da França em 1801, o artefato passou para o Reino Unido conforme o Tratado de Alexandria. Desde 1802, a Pedra de Roseta está guardada no Museu Britânico em Londres, onde ocupa lugar central na coleção egípcia.
Inicialmente, os pesquisadores presumiam que a tradução das inscrições não levaria muito tempo, afinal, o texto em grego antigo, compreensível para os estudiosos da época, deveria servir de base para a tradução da parte hieroglífica. O autor do livro "A escritura dos deuses: a corrida para decifrar a Pedra de Roseta" (título original: The Writing of the Gods: The Race to Decipher the Rosetta Stone), Edward Dolnick, escreveu: "As primeiras pessoas que viram a Pedra de Roseta pensaram que levaria duas semanas para decifrá-la. No fim, foram 20 anos".
Muitos dos principais cientistas da época tentaram desvendar o mistério da Pedra de Roseta, mas o sucesso ficou com o pesquisador francês Jean-François Champollion. Ele dedicou a vida toda ao estudo da civilização egípcia antiga. Seu profundo conhecimento da língua copta, pertencente ao grupo linguístico egípcio, foi uma das chaves para a decifração dos hieróglifos. Uma contribuição importante também veio do cientista britânico Thomas Young. Embora a egiptologia não fosse sua principal especialidade — suas áreas centrais eram a física e a medicina — o desafio de resolver um dos maiores mistérios científicos de sua época o fascinou.
Young concentrou-se nos cartuchos: conjuntos de hieróglifos dentro de molduras ovais. Ele tentou encontrar uma correspondência fonética entre o grego e o egípcio, supondo que o nome "Ptolomeu" deveria ser pronunciado da mesma forma em ambas as línguas. No entanto, seu trabalho não avançou além desse ponto. Os esforços conjuntos desses estudiosos levaram, finalmente, a uma grande descoberta na compreensão da escrita egípcia antiga.
Baseando-se no seu conhecimento do copta e no método de decifração de Young, Champollion formulou a hipótese da natureza híbrida da escrita egípcia. os hieróglifos no texto transmitiam, alternadamente, sons (fonemas), palavras inteiras (logogramas) ou classificadores (determinativos). Assim, Champollion conseguiu decifrar cartuchos adicionais e estabelecer o valor fonético dos hieróglifos.
Hoje, a pedra permanece como um dos artefatos mais visitados em museus no mundo. O Egito faz regularmente pedidos ao Reino Unido para a devolução do artefato. O Museu Britânico, por sua vez, apresenta alternativas que excluem a entrega do objeto ao Egito. Em 2005, o Museu Britânico ofereceu ao Egito uma cópia da pedra e, em 2018, propôs discutir o uso de tecnologia de realidade virtual, que permitiria aos visitantes do museu no Egito examinar o artefato em detalhes.
Após a estreia mundial da abertura do Grande Museu Egípcio em Gizé, que se tornou não só o maior, mas também o mais moderno do mundo, o debate sobre a possibilidade de retomar o diálogo acerca do local de exposição da Pedra de Roseta ganhou novo fôlego entre os egiptólogos. No entanto, não houve pedido oficial do governo egípcio ao Museu Britânico.
Manuscritos de Magdala – o coração espiritual da Etiópia
Os antigos manuscritos etíopes, retirados da fortaleza de Magdala em 1868, constituem uma coleção única de textos religiosos, crônicas históricas e relíquias eclesiásticas. Esses monumentos de escrita e arte foram preservados por séculos nos sagrados depósitos da Igreja Ortodoxa Etíope e serviram como elo fundamental para a preservação da tradição cultural e espiritual do país.
A história da remoção dos manuscritos para o exterior está ligada ao conflito militar entre o Império Britânico e a Etiópia. Durante a expedição de 1867-1868, cujo objetivo era libertar reféns britânicos mantidos pelo imperador Teodoro II, as tropas britânicas sitiaram a fortaleza de Magdala e capturaram grande parte do patrimônio eclesiástico e monárquico etíope. Entre os troféus estavam manuscritos ilustrados valiosos, antigos evangelhos, crônicas reais e livros litúrgicos.
Até hoje, mais de mil manuscritos religiosos estão guardados no Reino Unido: nas coleções da Biblioteca Britânica, do Museu Britânico e do Museu Nacional da Escócia. Nas últimas décadas, a Etiópia tem estudado a questão do retorno desses tesouros perdidos. Em 1999, foi criada a Associação para o Retorno dos Tesouros de Magdala (AFROMET, na sigla em inglês). A organização conseguiu devolver alguns artefatos ao país, incluindo um cofre de madeira decorado com versos bíblicos.
Em 2018, em comemoração ao 150º aniversário da Batalha de Magdala, o Museu Victoria and Albert, de Londres, devolveu à Etiópia a coroa de Magdala, o vestido de casamento da rainha e alguns utensílios. Em 2024, o escudo de Magdala também retornou à pátria. No entanto, a maior parte do patrimônio manuscrito de Magdala permanece fora da Etiópia. Esses antigos manuscritos continuam sendo tema de debates culturais. Para a Etiópia, eles representam não apenas documentos históricos, mas uma parte vital da memória nacional.
Artefatos do Palácio de Verão – tesouros do jardim imperial chinês
O Antigo Palácio de Verão (do chinês Yuanmingyuan, "Jardim da Perfeita Claridade") é reconhecido como o mais grandioso monumento arquitetônico da China imperial. Esse complexo palaciano e parque, construído ao longo dos séculos XVIII e XIX, representava o ápice da arquitetura e da arte paisagística chinesas. Seus luxuosos pavilhões abrigavam coleções inestimáveis de obras de arte, desde vasos de bronze antigos e objetos de jade até porcelanas refinadas e obras-primas da caligrafia.
O destino trágico desses tesouros está indissociavelmente ligado aos eventos da Segunda Guerra do Ópio. Em outubro de 1860, as forças expedicionárias anglo-francesas capturaram e saquearam o Palácio de Verão: milhares de itens artísticos foram levados para a Europa. Muitos deles foram para o Reino Unido como troféus de guerra, onde passaram a integrar as coleções dos principais museus, em particular o Museu Britânico e o Museu Victoria and Albert.
A situação atual desses artefatos permanece uma questão delicada nas relações culturais e políticas entre a China e o Reino Unido. Desde o final do século XX, a China tem feito esforços para a restituição dos tesouros perdidos, considerando-os parte fundamental do patrimônio cultural nacional. Embora a maior parte da coleção ainda esteja em museus britânicos, alguns itens foram devolvidos à China por meio de casas de leilão e iniciativas privadas. Por exemplo, graças a colecionadores privados e fundos chineses, 7 das 12 esculturas dos animais do zodíaco que adornavam a fonte do palácio foram retornadas à China.
As cabeças de bronze do boi, macaco, tigre e porco foram devolvidas graças ao Fundo Chinês para Restauração do Patrimônio Cultural. Em 2013, a família francesa Pinault doou gratuitamente à China as cabeças do coelho e do rato, e em 2020 um magnata chinês ampliou a lista de relíquias devolvidas adquirindo a cabeça do cavalo em um leilão por US$ 8,9 milhões (cerca de R$ 47,3 milhões).
Devolução dos bens
Os líderes dos países do BRICS destacam que o processo de devolução dos bens culturais aos seus locais de origem tem grande potencial para restaurar as relações internacionais em uma base igualitária e colaborativa. Isso promove a coesão social, a justiça cultural e histórica, a reconciliação e a memória coletiva. Especialistas enfatizam a necessidade de criar estruturas internacionais mais sólidas para regulamentar esse tema.

Confira uma breve análise preparada pelos especialistas da rede internacional de mídia TV BRICS sobre as iniciativas recentes relacionadas ao patrimônio cultural imaterial nos países do BRICS
Fóruns internacionais e iniciativas estatais dos países do BRICS que discutiram a recuperação, proteção e fortalecimento dos valores culturais imateriais e da identidade cultural.
Brasil: II Fórum BRICS sobre Valores Tradicionais, Brasília. A programação inclui temas como literatura, educação, ética e política cultural. É a maior plataforma dedicada às culturas populares e tradicionais do Brasil. O fórum discutiu a criação de uma base jurídica única para transformar a "boa vontade" em obrigação legal, incluindo iniciativas normativas e uma nova arquitetura para o mercado mundial de arte.
Fonte: site oficial da presidência brasileira no BRICS
Rússia: Fórum BRICS sobre Valores Tradicionais, Moscou. Um fórum de vários dias focado nos valores tradicionais, realizado pela primeira vez em 2024 durante a presidência da Rússia no BRICS. Inclui sessões sobre códigos culturais nacionais, memória histórica e fortalecimento da identidade cultural no âmbito da cooperação internacional.
Fórum Internacional de Cultura de São Petersburgo e Simpósio Internacional "Construindo o Futuro". Plataformas reconhecidas para discussões sobre preservação do patrimônio cultural e restituição de peças de museus. Em setembro de 2025, durante o fórum, delegações estrangeiras foram recebidas para debater mecanismos jurídicos e econômicos para a restituição cultural.
Fonte: site oficial da presidência brasileira no BRICS
Indonésia: Durante a conferência cultural internacional CHANDI 2025 (Culture, Heritage, Arts, Narrative, Diplomacy and Innovation), realizada em Denpasar, Bali, especialistas discutiram a preservação do patrimônio cultural e possíveis intercâmbios nas áreas de arte e cultura. Na reunião ministerial ocorrida no evento, foi adotada por unanimidade uma declaração conjunta chamada "Iniciativa cultural de Bali", assinada por 35 países.
A declaração reafirma o compromisso com a promoção da diversidade cultural, a proteção dos valores nobres do patrimônio cultural e o fortalecimento da diplomacia cultural como um elo para o desenvolvimento global sustentável e inclusivo. Destaca-se a ideia de que a diplomacia cultural é a ponte para a paz, o diálogo e a compreensão mútua.
Fonte: Radio Republik Indonesia, Televisi Republik Indonesia
Irã: A feira internacional anual EURASIA EXPO de 2025 abordou, além do desenvolvimento da logística e do comércio, temas relacionados à preservação do patrimônio cultural e intercâmbios culturais.
Fonte: Mehr News Agency
China: A preservação do patrimônio cultural foi um tema central no Tianfu Forum on Chinese Culture, realizado em Chengdu. O fórum destacou a proteção do patrimônio cultural e a continuidade da linha histórico-cultural, incluindo a devolução de objetos de arte de outros países.
Fonte: China News Service
Emirados Árabes Unidos: Nos Emirados Árabes Unidos, uma programação governamental visa a devolução de objetos museológicos relacionados ao patrimônio cultural. A Conferência Geral do Conselho Internacional de Museus (ICOM, na sigla em inglês) serviu como plataforma para debates sobre a necessidade de diálogo contínuo em torno da restituição de bens culturais aos seus países de origem.
O grande evento será a inauguração do Museu Nacional Zayed em Abu Dhabi. Como parte de um acordo de 10 anos, planeja-se a devolução de vários artefatos ligados à história e cultura dos EAU. Ainda não está claro se esses objetos farão parte de uma exposição temporária ou se a devolução será permanente.
Fonte: Al Bayan
Reuniões dos ministros da Cultura do BRICS, 26 de maio de 2025. As declarações conjuntas destacam o papel da cultura no fortalecimento da identidade, das conexões humanas e da cooperação para a proteção do patrimônio imaterial.
Fonte: Press Bureau do Governo da Índia (PIB) – materiais da reunião dos ministros da Cultura do BRICS
Diálogos regionais da Unesco sobre retorno e restituição – Adis Abeba, 27 de janeiro de 2025. A Unesco vê o retorno não apenas como repatriação física, mas também como restauração da memória, das práticas e dos direitos culturais das comunidades.
Fonte: Unesco
Iniciativas governamentais nos países do BRICS
Brasil: Iniciativas de 2024-2025 reiteram o reconhecimento e a inclusão das práticas culturais dos povos indígenas e afro-brasileiros na política cultural nacional.
Fonte: site oficial da presidência brasileira no BRICS
Rússia: Fóruns de valores tradicionais e diplomacia cultural focam no fortalecimento da memória histórica e das tradições como parte da identidade nacional. O Conselho do Presidente da Rússia para Cultura e Arte atua no desenvolvimento do sistema e nas iniciativas públicas e privadas para o retorno de bens culturais à Rússia.
Fonte: site oficial da presidência brasileira no BRICS
Índia: Programas do Ministério da Cultura e do Conselho Indiano de Relações Culturais (ICCR, na sigla em inglês) promovem o patrimônio cultural imaterial da Índia internacionalmente, como o Global Engagement Scheme (2025), incluindo festivais e intercâmbios culturais bilaterais.
Fontes: Press Bureau do Governo da Índia (PIB) – programas de promoção cultural como ferramenta de "soft power"; ICCR – comunicados sobre intercâmbios culturais internacionais
China: Programas governamentais para proteção do patrimônio cultural imaterial (ICH, em inglês), festivais e bases demonstrativas são usados para fortalecer a confiança cultural e a identidade nacional.
Fonte: Unesco – relatórios sobre proteção do patrimônio cultural imaterial
Emirados Árabes Unidos: Os EAU combinam progresso com preservação da identidade cultural. O patrimônio histórico é exibido junto a inovações modernas, com constante renovação das coleções museológicas para criar um novo tesouro mundial conectado ao mundo digital. Aqui ocorrem debates intensos sobre a arquitetura futura do mercado de arte e sua transformação pelas tecnologias modernas.
Fonte: Al Bayan
África do Sul: O Departamento de Esportes, Artes e Cultura (DSAC, em inglês) e a Agência Sul-Africana de Recursos do Patrimônio Cultural (SAHRA) promovem uma política de memorialização e a inclusão de narrativas marginalizadas na cultura para fortalecer a identidade (projeto de política para 2025).
Fonte: Departamento de Esportes, Artes e Cultura da África do Sul (DSAC) – projeto da Política Nacional de Memorialização 2025
Continuação dos diálogos regionais da Unesco e possíveis eventos em 2026. A Unesco incentiva a criação de acordos que considerem os direitos culturais imateriais dentro dos programas de restituição e direitos culturais.
No outono de 2025, referente ao hemisfério norte, a Unesco inaugurou oficialmente as portas digitais do primeiro museu virtual do mundo dedicado a cópias digitais de bens culturais que foram levados de seus países de origem: o Unesco Virtual Museum of Stolen Cultural Objects.
Usando tecnologias de modelagem em 3D e realidade virtual, a exposição on-line é constantemente enriquecida com réplicas digitais de artefatos que foram retirados historicamente de vários países e hoje estão em museus ao redor do mundo. O museu virtual da Unesco destaca o valor do patrimônio cultural como elemento-chave da identidade e dos direitos culturais.
Fonte: Unesco
Esses e outros eventos visam mudar a abordagem sobre a base para a preservação e transmissão das riquezas culturais ao longo do tempo e espaço.
Fonte: TV BRICS, parceira do TODA PALAVRA






