Folha agora reconhece que Lula não teve julgamento imparcial
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Folha agora reconhece que Lula não teve julgamento imparcial


(Fotos Públicas)

O jornal Folha de São Paulo apontou pela primeira vez a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no julgamento do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá. Em editorial publicado neste sábado (27), o jornal admitiu que os diálogos agora fartamente revelados após a Operação Spoofing deixam evidente que Lula não teve um julgamento imparcial.

“Desde que vieram a público, em junho de 2019, os primeiros vazamentos de conversas entre investigadores da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, ficou evidente que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não teve um julgamento imparcial no caso do famigerado apartamento de Guarujá (SP)”, diz a abertura do editorial, intitulado “O pós-Lava Jato”.

O jornal também condena as condutas do procurador Deltan Dallagnol, que coordenou a Lava Jato de Curitiba, e a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que forjou um termo de depoimento de uma testemunha que jamais foi ouvida.

"Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, colocou-se o material à disposição dos advogados de Lula. À medida que mais mensagens vão sendo examinadas, mais heterodoxias vão sendo descobertas. É particularmente chocante o diálogo entre dois procuradores debatendo o que devem fazer diante da informação de que uma delegada da Polícia Federal havia lavrado termo de depoimento de testemunha que não fora ouvida", aponta o texto.

Com o editorial, a Folha se torna o primeiro veículo da grande imprensa, que apoiou acriticamente a Lava Jato e Sérgio Moro, a assumir que Lula não teve um julgamento dentro da lei e que houve uma sentença sem provas. O jornal agora afirma textualmente que as conversas entre procuradores e juiz são “razão suficiente para a suspeição”.

“Há não poucas evidências de que a Lava Jato em várias ocasiões extrapolou”, escreveu a Folha.

Em julho de 2017, quando Lula foi condenado por Moro, sob o argumento de que o apartamento foi "atribuído" a ele por delator, o jornal celebrou e alegou que haveria um “oceano de evidências de corrupção bilionária na administração petista”. Na ocasião, chegou a dizer que a tese de que havia uma perseguição era “farsesca”.

“Réu em outras quatro ações penais, líder também entre os rejeitados pelos eleitores, o petista se dedica à pregação farsesca de que seria vítima de perseguição política. Por disparatada que seja tal retórica, seu partido ainda dispõe de força para reverberá-la com o objetivo de pressionar os tribunais”, escreveu o jornal em 13 de julho de 2017, no editorial “Lula condenado” - relembrado neste sábado pela revista Fórum..

A defesa do ex-presidente afirma que as mensagens não são a única prova da suspeição do ex-juiz e da atuação ilícita dos procuradores, que grampearam advogados do ex-presidente e vazaram ligações telefônicas para a imprensa, entre outras ilegalidades com o objetivo, primeiro, de condenar Lula politicamente, com fins eleitoreiros, como se vê nas conversas agora tornadas públicas legalmente.

Gleisi: "Envergonhados da cruzada"

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se manifestou sobre o editorial da Folha, afirmando que a suspeição de Moro não é circunscrita ao caso do triplex e lembrando que ele "comandou a Lava Jato desde antes da apresentação das denúncias que ele viria a instruir e julgar com o objetivo previamente traçado de condenar Lula e excluí-lo do processo eleitoral".

"É notável que a Folha de S. Paulo, em seu editorial deste sábado, junte-se a outras vozes na imprensa que vêm reconhecendo o insofismável: Lula merece um julgamento justo, diante da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, rigorosamente descrita no habeas corpus apresentado pelos advogados do ex-presidente em 2018, que aguarda conclusão de julgamento no Supremo Tribunal Federal, e escancarada de forma contundente nos diálogos que a defesa vem acostando aos autos.

Mas é também notável que a Folha, assim como outros protagonistas agora envergonhados da cruzada pela prisão de Lula, sustente que a suspeição de Moro seja circunscrita ao caso do tríplex. Como se as outras condenações da Vara de Curitiba – e note-se que Lula foi absolvido por todos os demais juízes que já decidiram em ações contra ele – não estejam contaminadas pelas graves ilegalidades que a Folha trata delicadamente de “extravagâncias” e “heterodoxias”", escreveu Hoffmann.

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