'Game' aproxima moradores do patrimônio cultural de Niterói
Quem nunca jogou ‘Pokémon Go’ pelo menos já ouviu falar neste famoso joguinho, que interage com o mundo real a partir da caça às criaturas ficcionais, com um aplicativo de celular. O mundo moderno sugere inovações, que envolvem realidade e ficção, por meio da tecnologia. E, por isso, a Cultura Niterói adere ao novo projeto “Salvaguarda Digital: Passaporte Ingá-Boa Viagem”, que tem a proposta de focalizar o desenvolvimento de um game capaz de mudar a forma como as pessoas se relacionam com os patrimônios culturais da cidade e seus territórios, sugerindo circuitos de visitação e interações por meio de realidade aumentada.
Ingressando neste passaporte, estão o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu do Ingá e o Solar do Jambeiro, que fazem parte do circuito pela proximidade entre eles. O primeiro, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, abriga a Coleção João Sattamini e recebe importantes exposições e eventos. É considerado um dos principais equipamentos culturais do país, com projeção internacional, além de ser um dos cartões-postais de Niterói; o Museu Janete Costa de Arte Popular, abrigado num casarão do século XIX, apresenta um rico acervo, exposições e programações que trazem a importância da Arte Popular.
Janete Costa, uma das maiores pesquisadoras e especialistas em arte popular, viveu parte de sua vida, em Niterói; e o Solar do Jambeiro, antigo Palacete Bartholdy, construído em 1872, é tombado pelo IPHAN, desde 1974, e abriga a Coleção Campofiorito, além de promover atividades culturais diversas.
“Nós, do Mac, estamos muito animados com a criação do jogo e das possibilidades que ele nos dá. Um projeto que pensa o turismo cultural da cidade a partir do museu e abre um diálogo com as tecnologias, atraindo também um novo público jovem para o espaço”, explica Victor De Wolf, Diretor do MAC Niterói.
“Para nós da equipe do Museu Janete Costa de Arte Popular é um enorme privilégio ter o equipamento inserido dentro do projeto Salvaguarda Digital, pois acreditamos que, através do jogo eletrônico, iremos incentivar o público a visitar os patrimônios da cidade de Niterói e explorar esses espaços culturais de uma forma mais rica e ampliada”, afirma Daniela Magalhães, Diretora do Museu Janete Costa de Arte Popular.
O projeto foi apresentado pelo Instituto Brasileiro de Direitos Culturais (IBDCult) e um dos selecionados pelo Matchfunding BNDES + Patrimônio Cultural e está na campanha de arrecadação, que segue até o dia 17 de junho, para a elaboração do jogo. Importante ressaltar que foram 10 projetos selecionados. Destes, 3 são do Sudeste, incluindo Niterói, com esta proposta.
Neste financiamento coletivo, para cada R$ 1 apoiado na campanha, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investe mais R$ 2 no projeto, o que significa triplicar a arrecadação até ser atingida a meta inicial da campanha, que é de R$75 mil. Ou seja, é preciso arrecadar R$25 mil para ter êxito. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Sitawi Finanças do Bem e a Benfeitoria, plataforma de financiamento coletivo que hospeda a campanha.
Game interativo
O jogo prevê tanto um tour virtual e imersivo, nestes espaços culturais, que pode ser feito à distância, quanto propõe aos visitantes um circuito na proximidade dos bairros dentro da lógica de passaporte cultural, onde cada patrimônio representa um ponto de check-in e os usuários colecionam ‘carimbos’ por onde visitam. Além disso, a novidade pretende utilizar recursos de realidade aumentada para expandir a experiência de fruição dos patrimônios, por meio dos smartphones dos próprios visitantes.
Lula Bastos, Diretor do Solar do Jambeiro, destaca a importância do jogo no contexto atual: “o jogo sempre fez parte dos mais diversos conteúdos culturais da civilização ocidental. Associado ao lúdico, ao prazer das mais variadas texturas artísticas, povoa milênios do nosso imaginário. Hoje, favorecido pela tecnologia da pós-modernidade, alcança e supera limites espaciais e temporais”.
Entre as possibilidades interativas que estão previstas nesta plataforma estão desafios para serem feitos presencialmente, que ajudam a contar a história de cada patrimônio, além da possibilidade de deixar mensagens e intervenções digitais, por meio da realidade aumentada que podem ser compartilhadas com os amigos. Outro aspecto interessante explorado é o da salvaguarda coletiva, que possibilita que os usuários selecionem e troquem souvenires digitais, lembranças virtuais que preservam e partilham a memória e a cultura de cada lugar.
Fonte: Departamento de Imprensa SMC/FAN
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