Irã ameaça fechar Estreito de Ormuz, rota de 20% do petróleo mundial
- Da Redação
- 22 de jun.
- 2 min de leitura
O parlamento iraniano aprovou neste domingo (22) o fechamento do estreito de Ormuz, passagem localizada no Golfo Pérsico, considerada estratégica para o comércio global e por onde passam diariamente 20% de todo petróleo consumido no planeta e mais de 35% de todo o Gás Natural Liquefeito (GNL).
A medida foi anunciada por Ismail Kousari, membro do Comitê de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, e ainda precisa do aval do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
"O parlamento chegou à conclusão de que o estreito de Ormuz deveria ser fechado, mas a decisão final sobre o assunto será tomada pelo Conselho de Segurança Nacional", disse Kousari.
A decisão é uma resposta ao ataque norte-americano perpetrado na noite de sábado (21) contra três instalações nucleares iranianas, entre elas a usina de Fordow, crucial para o programa nuclear iraniano.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse em entrevista à CBS neste domingo que não descarta uma ação militar dos EUA, se o Irã fechar a passagem.
"Não vou descartar qualquer ação do presidente [Donald Trump]. Não é algo que estejamos dispostos a discutir como um cenário iminente, mas se o Irã decidir fechar o estreito, os primeiros a se indignar seriam os chineses, eles dependem do petróleo que passa por lá", disse Rubio.
Rota de importância crítica
O estreito está localizado na parte noroeste do Oceano Índico e conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã e o Mar Arábico. Ele tem importância estratégica tanto em termos de segurança militar dos países da região quanto em termos de comércio global.
Uma parcela significativa das exportações de energia do Oriente Médio passa pelo estreito. É por meo dessa rota que Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos exportam seu petróleo e GNL.
Mais de 80% das exportações que passam pelo estreito vão para países asiáticos, o restante para a União Europeia (UE). Um quarto das importações de gás da China passam pelo estreito de Ormuz.
Os maiores importadores de petróleo transportado por essa rota são Índia, Japão, Coreia do Sul e China. Toda a costa norte do estreito pertence ao Irã, que controla em grande parte esta hidrovia.
Ataque norte-americano
Na noite de sábado, em postagem nas redes sociais, o presidente estadunidense, Donald Trump, anunciou que os EUA "concluíram com sucesso" um bombardeio a três instalações nucleares no Irã, entre elas, Fordow.
O chefe da Casa Branca afirma que as principais instalações de enriquecimento de urânio foram completamente destruídas. O Pentágono, por sua vez, declarou que levará tempo para avaliar o resultado final dos ataques e que é muito cedo para falar sobre quais capacidades nucleares Teerã ainda possui.
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, a instalação nuclear em Fordow foi apenas parcialmente danificada.
O Irã nega que seu projeto nuclear tenha um componente militar. Como afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, em 18 de junho, os inspetores da agência não encontraram evidências concretas de que o Irã tenha um programa de armas nucleares.
Da Sputnik Brasil, parceira do TODA PALAVRA
Comentários